A presidente da CPI do Senado que investiga as mortes de jovens em todo o Brasil, senadora Lídice da Mata (PSB-BA), repudiou o assassinato de cinco trabalhadores na favela da Lagartixa, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Em seu discurso no plenário do Senado, na tarde desta terça-feira (1º), Lídice lembrou que Wilton Esteves, 20 anos, estudante do curso técnico de administração e contabilidade; Wesley Castro, 25 anos, servente de obras; Clayton Correia de Souza, 18 anos, aluno concluinte do curso de Petróleo e Gás; Carlos Eduardo Souza, 16 anos, estudante do Ensino Médio e Roberto de Souza, 16 anos, funcionário de um mercado; sequer tiveram a oportunidade de serem abordados e foram executados pelos policiais, que integram o Batalhão de Irajá, no subúrbio carioca.
A parlamentar baiana lembrou que essa não é uma realidade da capital fluminense, mas de todo o País. “Foram 33 mil jovens assassinados em 2013. Até quando o Senado Federal e a Câmara dos Deputados vão continuar (apenas) assistindo esse tipo de situação que se repete todos os fins de semana nas grandes cidades brasileiras”, questionou.
Para a senadora, os negros são as principais vítimas dos crimes, sobretudo os cometidos por policiais. “É muito ruim fazer essa comparação, mas ela é verdadeira: se naturalizou a ideia de que os jovens e negros podem morrer. Se fossem jovens brancos, já teria havido uma manifestação”, disse
Presidente da CPI que investiga os assassinatos de jovens em todo o País, Lídice disse não ter dúvidas do trabalho sério da Polícia Militar, mas defendeu que a formação policial precisa passar por transformações. “É preciso entender que não estamos em guerra contra a juventude negra. É evidente que há um racismo institucional”, completou.
A senadora defendeu ainda que a população negra vá às ruas, se manifeste e exija condições de igualdade. A maioria dos jovens assassinados é de negros e pobres e são assassinados justamente por isso”, finalizou.