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Vítimas de acidente ocupacional, violência sexual ou mesmo pessoas que tenham tido casos de relação sexual consentida com suspeita de contaminação pelo HIV podem tomar o coquetel de modo preventivo, mesmo sem a confirmação de Aids. Hoje, duas  unidades de pronto-atendimento (UPAs)  oferecem o tratamento em Salvador: Itapuã e Marback.

A coordenadora do Programa de DSTs, Aids e Hepatites da prefeitura, Flávia Guimarães,  ressalta que, no posto de Itapuã, ainda há preparação para assistir crianças que necessitem tomar o coquetel preventivo.

Unidade de Itapuã e a do Marback são especializadas no PEP
(Foto: Evandro Veiga/Arquivo CORREIO)

Com o nome de Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: Profilaxia Antirretroviral Pós-Exposição de Risco para Infecção pelo HIV (PEP), o coquetel preventivo vem sendo oferecido na capital baiana e São Paulo de modo pioneiro desde o período da Copa do Mundo.

“Com o novo protocolo, ampliamos a assistência, reduzindo as chances de novas contaminações e mortes”,  explica Flávia Guimarães.

Segundo ela, a expectativa inicial era que, no início de setembro, o coquetel preventivo estivesse implantado em dez UPAS  da cidade. Mas uma série de fatores concorreram para o atraso do esquema de profilaxia pós-exposição (PEP) ao HIV.

“Estamos quebrando paradigmas e isso desperta algumas polêmicas profissionais, além disso, o momento econômico também dificultou o processo, em virtude da alta do dólar”, observou a coordenadora.

Resistência
Além das questões econômicas que impactam na compra da medicação, nas dificuldades de capacitação dos recursos humanos, há muita resistência por parte da própria comunidade, acrescentou ela. Para Flávia, no entanto, até janeiro, as unidades na capital baiana já estarão atendendo a esses pacientes em regime de emergência.

Para a implantação do serviço, todos os profissionais das unidades passaram por treinamento. Do segurança ao corpo clínico. “Adotamos o padrão ouro para atendimento desses pacientes, o que significa dizer que quem chega com suspeita precisa ser atendido num prazo máximo de duas horas”, esclarece a enfermeira responsável pelo atendimento desses pacientes na UPA de Itapuã, Flávia Carneiro.

O protocolo do Ministério da Saúde  recomenda que os medicamentos utilizados para o tratamento sejam ministrados até 72 horas após a exposição ao vírus. O ideal é que seu uso seja feito nas primeiras duas horas após a exposição ao risco.

Ao todo, são 28 dias consecutivos de uso dos quatro medicamentos antirretrovirais previstos no novo protocolo (tenofovir +  lamivudina + atazanavir + ritonavir).

“A grande vantagem desse protocolo é a simplificação e unificação da PEP em um esquema único de medicamentos. Com isso, não será preciso um especialista em Aids para dispensar a PEP. Isso não só  vaiampliar o acesso à população de forma geral, mas também facilitar os procedimentos para os profissionais de saúde como um todo”, explicou o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita.

Números
Na Bahia, embora alguns Serviços de Atenção Especiais (SAEs) já tenham sido treinados para aplicação do protocolo, ainda não existe uma previsão de implantação da conduta.
“Independentemente da implantação do PEP, a Bahia continua trabalhando nas ações de conscientização e prevenção, pautando o trabalho na prática combinada da sensibilização para o sexo seguro, a testagem regular da presença do HIV e a adesão ao tratamento”, esclarece a coordenadora estadual do Programa de DSTs, Aids e Hepatites Virais, Nilda Nunes Ivo.

Os municípios baianos que mais preocupam em relação ao índice de contaminação é Salvador e Porto Seguro. Enquanto o número de casos é de 12,9 por 100 mil habitantes, em Salvador, a média no estado é de 24,2 por 100 mil habitantes. Já Porto Seguro tem21,2 por 100 mil habitantes. A Bahia tem uma taxa de mortalidade de 3,1 por 100 mil por ano.

Carmen Vasconcelos – CORREIO

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