Por Agência Brasil – Brasília
Um ataque cibernético tentou gerar uma sobrecarga e derrubar os sistemas da Justiça Eleitoral neste domingo (15), dia do primeiro turno das eleições municipais deste ano. A tentativa, porém, foi neutralizada sem causar consequências, segundo o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso.
“Houve uma tentativa de ataque hoje, com um grande volume de acessos simultaneamente. Foi totalmente neutralizado pelo Tribunal Superior Eleitoral e pelas operadoras de telefonia. Portanto, sem qualquer repercussão sobre o processo de votação”, disse o ministro.
De acordo com Barroso, “muito provavelmente” o ataque teve origem fora do Brasil, embora grupos internos possam vir a reivindicar a autoria em busca de fama.
O ministro também comentou uma notícia recém-publicada sobre o vazamento de dados de funcionários do TSE. Ele disse que essas informações não têm relação com a tentativa de ataque deste domingo, mas remontam a outro ataque do passado.
“Esse vazamento não é produto de um ataque atual, é um ataque antigo, que ainda não fomos capazes de precisar quão antigo, se antigo de 10 dias ou antigo de cinco anos”, disse Barroso em sua primeira entrevista coletiva dada a partir do TSE durante o primeiro turno das eleições municipais. Ele acrescentou que tais tentativas de invasão são “bastante comuns”.
O ministro frisou que o processo de votação não poderia ser afetado por tais ataques, uma vez que as urnas eletrônicas não ficam conectadas a nenhuma rede. Ele lembrou que o resultado de votação em cada equipamento é impresso ao final do dia, encaminhado a representantes partidários e afixado nas próprias zonas eleitorais.
Por isso, mesmo em caso de ataque aos sistemas do TSE durante a transmissão dos dados, não seria possível afetar o resultado da eleição, assegurou Barroso.
Após ser questionado se, ainda assim, a ocorrência de tais tentativas de invasão não poderia dar vazão a queixas sobre a lisura do processo eleitoral, o ministro respondeu ser natural que se desconfie, mas que até o momento ninguém apresentou provas de qualquer fraude.
“Se alguém trouxer um fato e uma prova de que aconteceu alguma coisa errada, eu vou investigar. Meu papel é enxergar além da retórica política e ver se há fatos que precisam ser apurados”, disse ele. “O Brasil é um país tão singular que até quem ganha reclama de fraude”, acrescentou.
Treze candidatos foram presos neste domingo de eleições, diz TSE
Em boletim divulgado ao meio-dia, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que 13 candidatos foram presos até as 11h. Outros 10 foram flagrados em algum tipo de conduta irregular.
O maior número de prisões se deu pela prática de boca de urna (7), seguida de divulgação de propaganda (5) e uso de alto-falante (1). Os estados com o maior número de candidatos presos são Minas Gerais (10), Goiás (4), Sergipe (4) e São Paulo (2). Leia mais.
Crimes eleitorais chegam a 418, segundo último boletim do Ministério da Justiça
O Ministério da Justiça já registrou 418 crimes eleitorais nas eleições de hoje (15). A maioria (128) foi compra de votos, de acordo com o último boletim divulgado pelo ministério.
Há também registro de 118 casos de boca de urna, concentração de eleitores (37), dano à urna de votação (1), desobediência às ordens da Justiça Eleitoral (85), desordem que prejudicam os trabalhos eleitorais (10), falsidade ideológica (3), fatos e imputações inverídicas, conhecidas como fake news, (22), impedimento ou embaraço ao exercício do voto (2) e transporte de eleitores (12).
Os crimes contra candidatos somaram 24: ameaça (16), tentativa de homicídio (4), lesão corporal (4). Os crimes comuns relacionados às eleições chegaram a 195: ameaça (78), furto (12), homicídio (3), tentativa de homicídio (7), lesão corporal (34), porte ilegal de arma de fogo (12,), roubo (17) e vias de fato (32). Leia mais.
Ministério Público Federal recebeu quase 200 denúncias de fraude eleitoral no último mês
Conteúdos com indícios de fraude eleitoral publicados na internet foram alvo de 190 denúncias, no último mês, na plataforma lançada pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela SaferNet Brasil. O levantamento se refere ao período de 18 de outubro, quando a plataforma entrou no ar, até a última sexta-feira (13).
As principais situações noticiadas pelos cidadãos na plataforma se referem a empresas que vendem serviço de disparo em massa pelo WhatsApp, pesquisas eleitorais falsas ou irregulares (sem registro na Justiça Eleitoral) e conteúdos enganosos sobre a segurança das urnas eletrônicas. Este ano, a atribuição originária para atuar na fiscalização das eleições municipais é dos promotores eleitorais.
A maior parte das representações foram feitas em São Paulo (59 casos), Paraná ( 58) e Rio de Janeiro (16) Na Bahia foram feitas 14 representações e em Minas Gerais foram 9 registros de denúncias.