Quando criança a soldado do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA) Lívia Souto da Silva Santos, 37 anos, era habituada a visitar o quartel na Baixa dos Sapateiros, em Salvador, acompanhada do pai. A escolha da profissão foi inspirada nele. As constantes idas ao local despertaram a vontade de ingressar na corporação, levando-a a tornar-se a primeira bombeira baiana instrutora de incêndios florestais e de produtos perigosos.
As ocorrências com fogo sempre chamaram atenção. O interesse em aprender, se atualizar e se especializar nesses tipos de casos fez com que ela se tornasse também uma multiplicadora de conhecimentos para brigadistas, colegas da corporação e profissionais de outros órgãos que também atuam com situações de socorro.
O domínio e o amor pela área são fatores determinantes para que Lívia seja sempre convocada para ser mentora nas aulas de formação para soldados, sargentos, Curso de Instrutor em Operações de Incêndio (CIOI) e Curso de Operações em Incêndios (COI).
Sobre a escolha da profissão, conta que as aulas do Curso de Formação confirmaram a escolha. “Tentei o concurso três vezes. Mas só durante as aulas o encanto começou a surgir. Foi ali que tive a certeza de que era nessa corporação que eu queria atuar”, afirmou.
Por possuir as especializações, Lívia que é lotada no 10º Grupamento dos Bombeiros, em Camaçari, é muito requisitada para atuar em ocorrências em outros municípios, a exemplo da Chapada Diamantina e Barreiras, regiões que anualmente são atingidas por incêndios a vegetação. E, para ela, essa é uma das partes mais sensíveis da profissão, já que precisa ficar longe da filha de 9 anos. “Não é fácil deixar a família, sem falar que é necessário montar uma logística com minha mãe e meu irmão, para que tudo ocorra bem até eu retornar”.
Em 2018, a militar representou o CBMBA no Curso de Intervenções de Produtos Perigosos, em Brasília, onde de 38 participantes, apenas três eram mulheres. A capacitação foi concorrida entre os colegas na Bahia, de onde saíram 10 aprovados para o curso na capital do país.
Mas, nem só de conquistas e boas lembranças é feita a carreira de um profissional, principalmente daqueles que têm como principal lema salvar e proteger vidas. Questionada sobre um momento marcante na profissão, a bombeira recordou de uma situação em que foi acionada para atender uma ocorrência de capotamento e, ao chegar no local, durante o atendimento percebeu que a vítima era um colega de trabalho. “Aquilo nunca saiu da minha cabeça. Por ter sido um acidente muito grave e ele ter ficado muito ferido. Mas graças a Deus conseguiu se recuperar”, finalizou.
Fonte: Ascom: Silvânia Nascimento