Já estava tudo preparado: confetes na mão, fantasias e marchinhas envolventes. O clima de alegria estava estampado no rosto das crianças. E o cartaz levantado, com a inscrição “Ó, abre alas, que a João Lino Vai Passar!”, anunciava oficialmente que o Carnaval infantil da Escola Municipal João Lino havia começado e seguiria no compasso das folias atemporais, pelas ruas e ladeiras do Pelourinho.
Essa foi a segunda lavagem da escola, e reuniu alunos, professores e funcionários em geral. Ao longo do percurso, familiares e turistas também entraram na brincadeira e, aos primeiros toques dos músicos do Projeto Axé, lá estavam eles, dançando, cantando, brincando e se divertindo igual a um adulto, lançando confete para o alto.
Os uniformes, tradicionalmente usados durante o ano letivo, deram lugar a fantasias de Homem-Gato, Homem-Aranha, Batman, Mulher Maravilha, sereia, boneca e princesa. No embalo, havia até mesmo professores vestidos de Bumba Meu Boi. Traziam colares floridos, maquiagem no rosto, enfeites no cabelo e máscaras coloridas. Fantasiados de personagens, todos desfilaram, percorrendo as ruas do Pelourinho, contagiando quem estava pelo caminho.
Apropriação – De acordo a diretora da escola, Rita de Cássia, a iniciativa tem como principal objetivo levar alegria, diversão e conhecimento aos alunos, além do projeto anual desenvolvido pela instituição, chamado “Eu, Criança do Pelô”, que visa promover uma aproximação dos pequenos com a cultura local, a fim de empoderar as crianças da comunidade. “Aproveitamos esse caldeirão cultural do Pelourinho para incrementar e potencializar a proposta pedagógica. As crianças são do Pelourinho, mas muitas das vezes elas atribuem esse espaço ao turista e não se enxergam como protagonistas e verdadeiros donos desse patrimônio”, declarou.
A pequena Ayomizuhri Soares Santana, de 3 anos, escolheu a própria fantasia e decidiu se vestir de Mulher Maravilha. Ela contou que sempre assiste o desenho e gosta da personagem, e por isso escolheu se transformar na super-heroína. “Eu sou a Mulher Maravilha! Gosto muito do desenho”, contou.
Pai da Ayomízuhri, Rilton Santana acompanhou a filha durante todo o percurso. Ele falou sobre a importância das famílias participarem da ação juntamente com as crianças. “Incentivá-las a participar das atividades ajuda no fomento à ludicidade da criança. É importante que elas participem, façam parte deste momento e que possam se divertir com os colegas”, disse.
Turista de Santa Catarina, Ramon da Silva assistia de perto o desfile. Com um celular na mão, o jovem registrava a alegria das crianças. “Lá em Santa Catarina não é costume vermos esses bailes de Carnaval, especialmente para crianças. É muito bonito vê-los animados, se divertindo e felizes”, contou.