A Prefeitura anunciou, na quinta-feira (13), o apoio a 110 entidades negras e indígenas que receberão recursos e suporte para realização de desfiles no Carnaval 2020. A formalização da iniciativa foi feita pelo prefeito ACM Neto durante evento na sede da Fundação Gregório de Mattos, na Barroquinha. A solenidade reuniu gestores e representantes de blocos e grupos de afoxé, samba, reggae, hip-hop, rap, capoeira e outras representações tradicionais.
Também participaram do encontro o vice-prefeito Bruno Reis, a titular da Secretaria Municipal da Reparação (Semur), Ivete Sacramento, além do secretário de Cultura e Turismo (Secult), Claudio Tinoco, e do presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington.
O prefeito destacou a importância que as entidades negras possuem para a representatividade da cidade e para folia. “Muito blocos não têm ajuda, nem do poder público, nem da iniciativa privada, dependendo apenas desse suporte que iremos oferecer. Não existe Carnaval sem o afro, sem a alegoria, as fantasias e músicas que essas entidades trazem nos dias de festa. Por isso, celebramos o anúncio desse apoio, mostrando esse lado multicultural da folia e preservando suas tradições”, disse.
Receberão investimentos municipais, por exemplo, blocos como o Malê Debalê, Muzenza, Ilê Ayê, Olodum, Commanches do Pelô, Afro Liberdade, Filhos de Gandhy, Apaches do Tororó, Jogo de Ifá, Alvorada, Índios Tamoios, Apaxes do Tororó, Filhos de Nanã, Corisco, Sambaterramar e Soweto, entre outros.
O prefeito ACM Neto ressaltou ainda que a festa momesca tem se tornado cada vez mais democrática e que este ano a programação carnavalesca terá como uma das novidades o espaço Origens. O projeto levará artistas da cena independente e alternativa da black music e suas vertentes como afro pop, rap, reggae, r&b, para o Espaço Cultural da Barroquinha. As apresentações dos artistas acontecem dos dias 21 a 25.
Valorização – Durante o evento de formalização de apoio a 110 entidades negras que desfilarão no Carnaval, o vice-prefeito Bruno Reis afirmou que o Executivo municipal tem empregado políticas para valorização de artistas locais. “Esta é uma marca dessa gestão. A Prefeitura só contratou artistas da Bahia para se apresentar na festa, justamente para valorizar nossa história e capacidade artística. Somos um caldeirão cultural e temos que investir isso”.
A titular da Semur, Ivete Sacramento, reforçou que, desde 2013, a Prefeitura tem discutido propostas para a revitalização e visibilidade das entidades e comunidades de matriz africana nos dias em que o clima da cidade se transforma para a maior festa de rua do planeta. “O Carnaval negro e a cultura afro é o cartão postal da Bahia para o mundo. Com esse apoio que daremos, vamos garantir a que nossas entidades e blocos saiam para a rua com dignidade e para mostrar nossa história”.
O presidente e fundador do Ilê Aiyê, Antonio Carlos dos Santos, o Vovô do Ilê, relatou as dificuldades que as instituições negras vêm tendo para conseguir apoio do setor privado. “A Prefeitura sempre nos deu contribuição e neste ano está com mais força”, afirmou.