Por G1
O apoio à democracia como melhor forma de governo no Brasil caiu sete pontos percentuais durante primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro: de 69%, em 2018, para 62% em 2019, segundo pesquisa do Datafolha divulgada na quarta-feira (01/01).
Já o grupo para quem tanto faz se o governo é democrático ou ditatorial aumentou, passando de 13%, em 2018, para 22%. O percentual dos que preferem uma ditadura permaneceu estável em relação ao ano passado, representando 12% dos entrevistados.
Por outro lado, houve um aumento na parcela da população que avalia que não há chance de ocorrer uma nova ditadura, passando de 42%, em 2018, para 49%. A parcela dos que acreditam que pode ocorrer novamente uma ditadura no país é 46%.
A mesma pesquisa foi realizada pelo Datafolha durante a semana do primeiro turno das eleições presidenciais, em outubro de 2018.
Ditadura
O Datafolha também questionou a percepção popular em relação à ditadura militar brasileira (1964-1985) e descobriu que 59% dos entrevistados reprovam o governo militar; 30% aprovam o regime; 12% não souberam responder.
No ano passado, 51% reprovavam a ditadura ocorrida no país, ou seja, houve um aumento de oito pontos percentuais.
Em relação aos que aprovam, 30% dos entrevistados consideram que a ditadura deixou um legado positivo, enquanto que 12% não souberam responder.
Ato Institucional nº 5
Segundo o Datafolha, a maioria dos brasileiros desconhece o Ato Institucional nº 5 (AI-5): 65% dos entrevistados disseram desconhecer o AI-5 e apenas 35% afirmaram ter ouvido falar do ato.
O AI 5 foi uma medida editada em 1968 para endurecer a ditadura militar. O ato fechou o Congresso Nacional e suspendeu todos os direitos políticos da população
65% desconhecem o AI-5, diz Datafolha; 35% já ouviram falar
Durante o primeiro ano do governo de Bolsonaro, o AI-5 foi invocado em três ocasiões por pessoas do círculo do presidente. Além do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do general Augusto Heleno, que chefia o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o filho de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo defendeu a aplicação da medida para eventualmente silenciar a oposição.
Eduardo Bolsonaro diz que, ‘se esquerda radicalizar’, resposta ‘pode ser via um novo AI-5’
Paulo Guedes cita AI-5 e provoca reações; em seguida, diz que AI-5 é inconcebível
O Datafolha ouviu 2.948 pessoas nos dias 5 e 6 de dezembro, em 176 municípios de todas as regiões do Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.