Com objetivo de criar a cultura da disciplina, identificar problemas e gerar oportunidades para melhorias, o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) realizou, neste ano, projetos-pilotos com diversas ferramentas de gestão no laboratório, ambulatório, setor de contas médicas e Serviço de Arquivo Médico e Estatística (Same). Entre as metodologias aplicadas na instituição, estava o 5S, DMAIC, Diagrama de Ishikawa, indicadores de resultados e plano de ação.
Todos os processos foram capitaneados pela gestora pública Luciane Bastos – especialista em políticas públicas e gestão governamental, cedida pela Secretaria da Administração do Estado da Bahia (Saeb). Segundo ela, a ideia é dar continuidade ao projeto iniciado: “a elaboração de indicadores irá possibilitar a busca de um aperfeiçoamento contínuo e um controle das melhorias implementadas”.
Criada no Japão, a metodologia do 5S é baseada nos princípios seiri (utilização), seiton (arrumação), seiso (limpeza), seiketsu (saúde) e shitsuke (autodisciplina). “Fizemos quatro projetos com aplicação do 5S cujas atividades envolveram capacitação, levantamento das inconformidades e plano de ação para melhorias no ambiente e no fluxo de processos”, conta a gestora de carreira.
Para o coordenador do ambulatório, o administrador Alan Almeida, o 5S é uma ferramenta de grande importância para as organizações, capaz de evitar desperdícios, organizar e melhorar o ambiente de trabalho. “Certamente, trará diversos benefícios ao setor, sendo um deles a disciplina entre os colaboradores para manutenção e garantia da qualidade”, avalia.
No Same-HGRS, foram aplicadas as ferramentas DMAIC – sigla que significa definir, medir, analisar, melhorar (improve, em inglês) e controlar – e Diagrama de Ishikawa. Com a última, de acordo com Luciane, é possível buscar as causas reais dos problemas, que deverão ser resolvidos por meio de um plano de ação, com prazos e responsabilidades bem definidas.
“A DMAIC possibilita um ciclo contínuo de melhoria nos processos atuais. Isso se dá com a capacitação da equipe em identificar e mapear os processos; medir o tempo de ciclo dos processos, capacidade e estabilidade; identificar os tipos de erros nos processos mapeados e medir incidência dos mesmos; analisar os processos e indicar as mudanças a serem realizadas, com foco na melhoria contínua; testar as mudanças e, posteriormente, priorizar, implementar as mudanças, reiniciar o ciclo, aplicando o PDSA [plan, do, study and act – traduzidos como planejar, fazer, estudar e atuar] e analisando os indicadores de resultados definidos”, pontua Luciane Bastos.
Anestesiologista do HGRS há 14 anos, o diretor-geral José Admirço Lima Filho acredita que a atuação de gestores públicos com a expertise de Luciane traz inúmeros benefícios a áreas finalísticas do Estado que prestam serviços diretos ao cidadão. “A experiência de um profissional com esse perfil fazendo parte da instituição tem ajudado muito a alavancar projetos que contribuem para prestação de um serviço público de maior qualidade e para aprimoramento contínuo da gestão, melhorando as entregas feitas ao cidadão”, elogia ele.