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Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, lançou hoje (19), em São Paulo, o Dia D de Mobilização Nacional contra o Sarampo para crianças. A ação ocorreu no Centro de Saúde I Doutor Victor Araújo Homem de Mello, em Pinheiros, em São Paulo.

A mobilização é uma parceria do Ministério da Saúde com as secretarias estaduais e municipais de saúde e tem como objetivo reforçar a importância da vacinação desse grupo prioritário, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).Todos os postos de vacinação do país estarão abertos.

“Noventa e sete por cento dos casos de sarampo, nesse ressurgimento da doença, estão aqui em São Paulo. Por isso há todo um esforço para se fazer o contingenciamento dos casos”, disse o ministro, em entrevista a jornalistas.

A primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo acontece até o dia 25 de outubro e o foco são as crianças de 6 meses a menores de 5 anos. A expectativa do ministério é vacinar 2,6 milhões de crianças dessa faixa etária.

As crianças são o grupo mais suscetível às complicações do sarampo, que podem evoluir para óbito. Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos três meses foram confirmados 13 mortes por sarampo no Brasil, sendo sete delas em menores de cinco anos de idade, dois na faixa etária de 20 a 39 anos e quatro em adultos maiores de 40 anos.

No evento de lançamento do Dia D, o ministro acompanhou a criança João Gabriel, de um ano e três meses ser vacinada. João Gabriel foi levada ao posto pelos seus pais. “Nossas crianças são os bens mais preciosos que nós temos. Hoje você dá uma vacina nele, dá uma picadinha, dói um pouquinho, mas é muito melhor do que, em algum tempo, de fato ele pegar essa infecção. E pode ser muito pior. Inclusive, com risco de vida. Dói um pouquinho agora, mas que não doa lá na frente. Que ele seja vacinado, protegido e isso é muito importante para a gente”, falou Janio dos Santos da Silva, pai de João Gabriel.

O ministro destacou a importância da figura paterna levar seus filhos para os postos de vacinação. “O ministro falou que é importante não deixar só a responsabilidade nos braços da mãe, mas o pai também deve participar desse momento, que é importante para a criança”, falou o pai de João Gabriel.

Estratégia
Segundo o ministro, apesar da baixa adesão da população à vacinação contra o sarampo em algumas partes do Brasil, a estratégia da campanha não será alterada. “A estratégia está muito bem-feita. O Brasil tem um Programa Nacional de Imunização presente em todos os municípios brasileiros, salas de vacina disponibilizadas em todos os municípios, capacitação de técnicos. Temos um exército de agentes comunitários e de saúde que estão indo de casa em casa”.

A baixa adesão à vacina, segundo o ministro, ainda é resultado da falta de informação e de conscientização da população. “Se não tiver pai, mãe, avó, madrinha, se não for uma luta da sociedade, não existe estratégia melhor ou pior. É uma questão de consciência e de cidadania. O SUS é a melhor estratégia mundial de vacinação. Mas por falta de cuidado na atenção primária na última década, gradativamente foi caindo a vacinação. Se a cada ano você deixa de vacinar 20%, no final de cinco anos você tem 100% não vacinado. Agora vamos ter que correr atrás do prejuízo”.

Esse problema, destacou, é mundial. “Temos no mundo hoje uma falta de vacinação global. Temos baixos produtores, movimentos anti-vacina, temos fake news. Temos uma geração de pessoas que não viram, não testemunharam a dramaticidade dessa doença”, falou.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, as crianças devem ser levadas aos postos, preferencialmente, com a caderneta de vacinação para avaliar a necessidade da aplicação da dose e atualização das vacinas. Segundo a secretaria, entre janeiro e 10 de outubro deste ano foram confirmados 4.923 casos de sarampo na cidade de São Paulo, com 5 óbitos. Considerando todo o estado paulista, foram confirmados 8.619 casos de sarampo de janeiro a 16 de outubro deste ano, com 12 óbitos.

Só nos últimos 90 dias, conforme o Ministério, foram confirmados 6.192 casos de sarampo no Brasil. Vinte estados estão na lista de transmissão ativa da doença e 96% dos casos confirmados estão concentrados no estado de São Paulo.

Recursos
Desde ontem (18), já foram disponibilizados R$ 103 milhões dos R$ 206 milhões anunciados pelo Ministério da Saúde, para que estados e municípios possam ampliar a cobertura vacinal, o controle de surtos e a interrupção da transmissão do sarampo, e outras doenças possíveis de imunização, em todo o país. O quantitativo já foi repassado aos Fundos Municipais de Saúde, de acordo com o tamanho da população de cada município.

O restante, segundo o Ministério, só será liberado mediante o cumprimento de duas metas impostas aos estados e municípios: alcançar 95% de cobertura vacinal da primeira dose da tríplice viral em crianças de 12 meses de idade e informar o estoque das vacinas de poliomielite, tríplice e pentavalente às Secretarias de Saúde dos Estados e ao Ministério da Saúde. “Esse ano ainda estamos fazendo um incentivo. Além de todo o recurso que a gente passa, estamos fazendo uma espécie de desafio. Como a meta é 95% [de cobertura vacinal], colocamos um recurso adicional. Além de pagar a vacina, além de mandar a vacina, vamos dar mais um reforço para compensar todo o esforço da coletividade”, disse o ministro.

A campanha
A Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo foi lançada no início deste mês e prioriza dois grupos. O primeiro vai de 7 a 25 de outubro e imuniza crianças de 6 meses a menores de 5 anos, com o dia D de vacinação hoje (19). Já o segundo grupo, previsto para iniciar em 18 de novembro, será direcionada para adultos entre 20 e 29 anos que ainda não atualizaram a caderneta de vacinação. O Dia D para vacinação de pessoas dessa faixa etária será no dia 30 de novembro.

Segundo a secretaria municipal de Saúde, do dia 7 de outubro até o início da tarde de quinta-feira (17), 9.773 crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade receberam a vacina tríplice viral na cidade de São Paulo, pois estavam com a carteira de vacinação incompleta.

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