Superação é o sentimento mais citado na aula do curso de corte e costura promovida pela Prefeitura no Restaurante Popular Cuidar, no bairro de Paripe. Vinte e seis mulheres de baixa renda participam da atividade gratuita intitulada “Costurando o Amanhã”. A iniciativa é da Creche Escola Alto dos Pontes, que pretende formá-las para que garantam uma renda extra ou retornem ao mercado de trabalho. A atividade ocorre através da Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre).
Com pouco mais de um mês de aulas, a dona de casa Martinha da Conceição, 59 anos, afirma que já se sente realizada. Ela que, quando iniciou o curso, não sabia ao menos manusear uma tesoura, hoje exibe com orgulho calças, blusas, saias e vestidos confeccionados durante as aulas. “Desde mocinha tinha curiosidade de aprender costura, mas nunca tive oportunidade. Graças a Deus chegou a minha hora e hoje estou cortando as peças e montando. Estou muito satisfeita e pretendo usar tudo que aprender aqui para trabalhar em casa com reforma de roupas, já que estou desempregada”, contou.
As aulas ocorrem sempre as terças e quintas-feiras, das 14h às 16h30, períodos em que o Restaurante Popular sede suas instalações para a promoção de atividades para a comunidade. A proposta é que com os conhecimentos adquiridos no curso as mulheres possam futuramente montar uma cooperativa e comercializar as peças na própria comunidade.
De acordo com a professora da Creche Escola Alto dos Pontes e responsável pela promoção do curso, Lucineia Moraes, a ideia de montar o curso surgiu através de uma demanda apresentada pelo grupo de idosos atendidos na creche. “Eles relataram a vontade de fazer costura para ocupar o tempo. Conseguimos as máquinas de doação e resolvemos trazer para as mulheres da comunidade. Algumas delas já costuram e precisavam se aperfeiçoar para ter uma renda extra ou uma profissão. Muitas delas vivem em situação de vulnerabilidade, sustentam a própria casa, perderam seus filhos e maridos para o tráfico ou bebidas. O curso para elas é uma nova alternativa para viver”.
Troca de saberes – Para costureira profissional e professora voluntária do curso Neide Almeida, a experiência de ensinar costura para o grupo tem sido extremamente positiva. “Eu abracei esse grupo porque sempre trabalhei como voluntária e queria passar adiante tudo de costura que sei. É muito gratificante poder ajudar mulheres carentes e já estou vendo bons resultados”, afirma.
Neide Almeida destaca que, inicialmente, o foco das aulas era costura de peças moda praia, mas, ao perceber o interesse das mulheres por outros estilos de roupa, alterou a programação e iniciou o curso por peças de uso diário. No próximo mês, a turma deve iniciar a aprendizagem de confecção de roupas de praia. A expectativa é que o curso, que teve início no fim de julho, siga até dezembro.