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A reprodução simulada sobre a morte da menina Ágatha Félix deverá ser realizada na próxima terça-feira (1º), na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão. A informação foi divulgada na terça-feira (24) pelo diretor das Delegacias de Homicídio do estado, delegado Antônio Ricardo.

Ricardo falou com a imprensa na Delegacia de Homicídios (DH) da Capital, na Barra da Tijuca, onde prestaram depoimento quatro policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Fazendinha. Mais oito PMs foram ouvidos ontem.

De acordo com Antônio Ricardo, amanhã (25) prestarão depoimento os pais e o avô de Ágatha, a partir das 10h. O delegado titular da DH, Daniel Rosa, disse que Ágatha foi atingida por um único fragmento de bala, que atingiu algum obstáculo antes e se despedaçou.

“Este laudo está em confecção. Este fragmento está sendo periciado afim de determinarmos o calibre dessa arma. Está havendo uma certa dificuldade em razão do tamanho desse fragmento”, disse Daniel Rosa.

Segundo Rosa, 20 pessoas foram ouvidas e os depoimentos já permitiram traçar um quadro do que ocorreu no momento da morte da menina, que estava em uma Kombi junto com sua mãe. Ele descartou a participação de uma PM mulher na ocorrência, o que chegou a ser comentado por moradores do Complexo do Alemão.

Protesto
O grupo Rio de Paz realizou um protesto, na tarde de hoje, às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas. Foram instaladas 43 placas com os nomes dos PMs que morreram este ano no estado, vítimas de violência. Em cada uma das placas, havia um resumo de como se deu a morte. Para o coordenador do Rio de Paz, Antônio Carlos da Costa, tanto as mortes de crianças como Ágatha quanto as dos policiais são frutos de uma política de segurança que privilegia o confronto, em detrimento de medidas de integração social.

“Se nós vivêssemos em um contexto de paz, de defesa dos direitos humanos, nós não veríamos essas mortes. Mas é importante também dizer que os nossos policiais acabam sendo vítimas. Em razão deles assumirem esse papel de herói, como solução do problema e a polícia precisa entender que ela não é a solução. O problema passa pelas secretarias de Educação, Saúde, Direitos Humanos, Saneamento”, disse Antônio Carlos, que ontem fez um outro protesto, no Aterro do Flamengo, com 57 placas representando o total de crianças mortas no estado, desde 2007, em função da violência urbana.

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