Ele começou entregando panfletos para uma escola de informática aos 14 anos, e hoje é dono de uma rede de franquias de efeitos visuais que fatura mais de R$ 15 milhões por ano. Essa é a história de Diego Monteiro, que há oito anos fundou a Gracom no interior da Bahia e hoje vê a empresa crescer e se espalhar pelas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Filho de um funcionário público e de uma dona de casa, Diego teve uma vida relativamente tranquila em Pernambuco até os 14 anos. Porém, a situação mudou radicalmente quando seus pais se separaram. “Começamos a passar muita dificuldade, a ponto de faltar dinheiro para comida. Minha mãe achou que eu teria melhores oportunidades com alguns parentes que viviam no Rio de Janeiro, e acabei me mudando. Mas, como eu não queria ser um peso, logo de cara comecei a procurar emprego”, conta.
A falta de qualificação e a ausência de experiência restringiram, então, as suas possibilidades, e a única ocupação que Diego conseguiu foi como entregador de panfletos na frente de uma escola de informática. Mesmo assim, ele rapidamente se destacou graças à dedicação. “A gente tinha uma meta diária de levar dez pessoas para dentro da escola graças aos panfletos, e eu sempre buscava superá-la. No primeiro dia levei 15, no segundo 25, e logo fui chamado para desempenhar outras funções, como vendedor de cursos e pesquisador”, lembra.
Apesar do sucesso na empresa, o jovem buscava um futuro mais seguro, e acabou passando em um concurso para seguir a carreira militar. Mas sua veia empreendedora logo voltaria a falar mais alto, ao decidir procurar a mesma escola em que havia começado a trabalhar. Acabou se mudando para São Paulo com o objetivo de ajudar a estruturar uma nova unidade na cidade.
Na capital paulista, foi a um evento de mangá, o que abriu seus olhos para o mercado de design. “A produção da área era enorme e as escolas, muito caras. Já os cursos de informática mais baratos, como aquele em que eu trabalhava, não forneciam um conteúdo qualificado para essa finalidade. Então vi um mercado a ser explorado”, diz.
Ele começou a juntar recursos para abrir a Gracom, uma escola que ofereceria cursos avançados de informática na área de design a um preço mais acessível. A falta de capital, no entanto, o levou a optar por iniciar o negócio em Feira de Santana, no interior da Bahia. Nessa fase, maior dificuldade foi encontrar professores qualificados que aceitassem se mudar para o local. Para convencê-los, Diego teve de oferecer salários mais altos.
“Ali a concorrência seria menor, e os custos bem mais baixos do que nos grandes centros. Para economizar ainda mais, passei a dividir um apartamento com minha namorada e mais cinco funcionários. Ficamos nessa situação durante um ano, quando o negócio começou a dar lucro e conseguimos nos mudar”, afirma.
Entretanto, o empresário não se deslumbrou com o sucesso, e continuou reinvestindo a maior parte dos lucros na própria Gracom, abrindo novas unidades e ampliando o leque de cursos, que vão desde a modelagem em 3D até design de games. “O próximo passo é lançar um voltado para o desenvolvimento de aplicativos mobile. Essa área de tecnologia é muito dinâmica. Não pode ficar parado, caso contrário você perde terreno”, completa.
Atualmente, a rede conta com 16 escolas, sendo seis próprias e dez franquias. Além disso, ela emprega diretamente 420 pessoas, conta com mais de 9,4 mil alunos e faturou R$ 15 milhões em 2014. “O que nos faz crescer mesmo com a crise é o fato de aliarmos educação e tecnologia. Em momentos difíceis, as pessoas precisam inovar para crescer, e nós oferecemos ferramentas que fazem com que elas evoluam. Esse é o nosso diferencial.”
TERRA