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A Defesa Civil de Minas Gerais informou, na noite desta terça-feira (29), que há 84 mortos e 276 desaparecidos após a tragédia provocada pelo rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Neste quinto dia de buscas, nenhuma vítima foi encontrada com vida, afirmou o porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, tenente Pedro Aihara. Segundo ele, desde sábado (26) não são achados sobreviventes. “[Nos próximos dias] A possibilidade de encontrar pessoas com vida é muito pequena”, disse o porta-voz.

Números da tragédia
84 mortos confirmados – 42 identificados (veja a lista)
276 desaparecidos (veja a lista)
192 resgatados (veja a lista)
391 localizados

De acordo com Aihara, dois dos corpos resgatados nesta terça são de pessoas que estavam no refeitório da Vale. Um terceiro corpo foi localizado em um dos ônibus soterrados. A Vale informa que cerca de 600 empregados estavam no refeitório e no prédio administrativo da mineradora no momento do acidente.

A barragem de rejeitos, que ficava na mina do Córrego do Feijão, se rompeu na sexta-feira (25). O mar de lama varreu a comunidade local e parte do centro administrativo e do refeitório da Vale. Entre as vítimas, estão moradores e funcionários da mineradora. A vegetação e rios foram atingidos.

Participam dos trabalhos de resgate 290 militares, sendo 120 de Minas Gerais e os outros de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás e Alagoas. Militares de Israel também atuam.

De acordo com Aihara, a tropa da ajuda oferecida pelo governo israelense trouxe equipamentos para mapeamento de celulares, sonares, radar que detecta o tipo de material que está no local e drones ligados a satélites para mapear a área atingida. Um dos equipamentos é capaz de encontrar pessoas com vida a 30 metros de profundidade.

O porta-voz afirmou que, nesta terça, foram feitos 84 sobrevoos de helicóptero na área atingida pela lama. Segundo ele, nesta quarta-feira (30) os trabalhos de busca devem começar por volta das 4h. Está prevista a chegada de mais 80 bombeiros – vindos de São Paulo, Goiás, Espírito Santo e Santa Catarina –, cães farejadores e quatro aeronaves.

Mais cedo, o chefe do Estado-Maior do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, coronel Erlon Dias do Nascimento, afirmou que, como o volume de lama baixou bastante em alguns pontos, já era possível visualizar alguns corpos ou “segmentos de corpos”.

Em entrevista coletiva à noite, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman afirmou que a mineradora vai eliminar as barragens construídas com método semelhante ao de Brumadinho e Mariana, onde ocorreu um rompimento em novembro de 2015.

As buscas nesta terça começaram pouco depois das 6h e devem se estender até as 20h ou 21h. Segundo o Corpo de Bombeiros, a operação priorizou a área em que ficava o refeitório onde almoçavam funcionários da Vale no momento da tragédia.

O porta-voz dos Bombeiros, tenente Pedro Aihara, explicou em entrevista no início da noite que havia botijões de gás e mobiliário característico perto de dois dos corpos encontrados nas imediações. Por esse motivo, ele acredita que sejam justamente de vítimas que estavam no refeitório.

Segundo Aihara, um dos corpos estava no ônibus encontrado neste domingo (27), perto do centro administrativo da Vale. Nesta segunda, dois corpos já tinham sido retirados desse mesmo veículo, que era de transporte interno da Vale. As buscas neste coletivo estão encerradas, disse o porta-voz.

O outro ônibus foi encontrado no sábado (26), na região da barragem. Todos os ocupantes do coletivo eram funcionários da mineradora e morreram, segundo o porta-voz dos bombeiros. Ao menos dez corpos foram retirados, ainda no domingo.

G1

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