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Uma área na entrada da Baía de Todos-os-Santos, entre o Farol da Barra ao Forte Santa Maria. Essa será a extensão do Parque Natural Municipal Marinho da Barra. Contemplado pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), a unidade de conservação ambiental foi tema de uma audiência pública realizada, nesta segunda-feira (12), no auditório externo da Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBa), em Ondina. Pioneiro na capital baiana, o parque natural vai conservar três naufrágios entre o Farol da Barra e o Forte de Santa Maria: o Bretagne (1903), Germânia (1876) e o Miraldi (1875). Além de preservar os resquícios históricos, o projeto prevê regras para o controle da pesca, trânsito de embarcações motorizadas e atividades que causem impactos negativos ao ecossistema marinho.

Participaram do encontro o titular da Secretaria de Cidade Sustentável e Inovação (Secis), André Fraga, especialistas em meio ambiente, representantes do 2º Distrito Naval da Marinha, moradores da Barra e estudantes. Depois de discutir amplamente os benefícios do Parque para Salvador, todos responderam a um questionário com críticas e sugestões. Ao abrir a mesa de debate, o secretário da Secis, André Fraga, fez questão de pontuar a sensibilidade do poder público municipal aos apelos da comunidade da Barra. “O parque surgiu das demandas dos moradores daquela região. Tivemos a sensibilidade de inserir no PDDU e agora estamos discutindo a implantação. Hoje é mais uma etapa de consolidação desse projeto”, frisou Fraga.

Durante a explanação, o co-fundador do projeto Fundo da Folia que, desde 2010, promove a limpeza do oceano da Barra após o carnaval, Bernardo Mussi, explicou que o Parque é uma espécie de unidade de conservação do ambiente marinho da Barra. “Todo ano tirando toneladas de lixo do fundo do mar, percebi que estávamos enxugando gelo. Precisávamos de algo mais significativo. Começamos a agregar pessoas, a comunidade e levamos ao poder público, que graças a Deus nos abraçou. A Prefeitura tem nos dado todo apoio necessário para implantação do Parque, que vai agregar proteção ambiental, cultura e negócios”, salientou. A segunda fase do estudo de implantação do Parque é a criação do Conselho Gestor que será composto por membros da sociedade civil, especialistas em meio ambientes e representantes do poder público. Definido o conselho, iniciam-se os estudos para o plano de manejo.

“Será uma área de marinha protegida”. Dessa forma, o professor doutor Francisco Barros, do Instituto de Biologia da UFBa, definiu o Parque ao iniciar a fala durante o debate. Segundo ele, além de proteger a diversidade de organismos marinhos que estão naquele habitat, a unidade de conservação ambiental vai gerar uma melhoria em negócios e despertar a mentalidade marítima do povo de Salvador. Ele destacou ainda a importância da UFBa sediar o debate. “Essa é também uma obrigação nossa. Estamos muito felizes em abrigar essa temática e poder participar do projeto da Prefeitura”, destacou. O professor doutor José Rodrigues, do Instituto de Geociências da UFBa, também participou da discussão.

Projeto – Além das questões de preservação ambiental, o Parque pretende fomentar atividades ligadas ao turismo ecológico, pesquisas científicas, diversão em contato com a natureza e práticas de educação ambiental. Não haverá mudanças em relação ao acesso da população para o lazer nas praias. Atividades como mergulho de contemplação, surf, SUP, barcos a vela, natação e outras que não gerem prejuízos ao mar seguem sendo realizadas normalmente. De acordo com os especialistas em meio ambiente, um dos resultados esperados é o repovoamento da área por espécies de peixes que deixaram de existir ou estão cada vez mais raros na região. Segundo eles, com um berçário natural protegido, haverá o aumento destas populações inclusive para fora dos limites do parque.

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