Pelo menos 300 serviços de recuperação de rede de drenagem por conta de fuga de material foram executados pela Secretaria Municipal de Manutenção (Seman) em 2015. No total, a secretaria construiu ou recuperou cerca de 10 km de rede nos diversos bairros da cidade. As operações tiveram custo aproximado de R$ 3 milhões pela execução dos serviços que, a grosso modo, ajudam a evitar problemas que impactam diretamente a vida do cidadão soteropolitano, como os transtornos de mobilidade, causados em muitos casos devido a problemas nas estruturas das vias de tráfego.
Geralmente, estes entraves têm início da seguinte forma: chove na cidade, as águas pluviais invadem as galerias subterrâneas, de imediato há fuga de material sob o pavimento o que, em pouco tempo, ocasiona fissuras na via. O resultado disso é a formação de um buraco que pode se estender rapidamente, caso o problema não seja solucionado a tempo. Em outros casos, como é comum em tempos de estio, o descarte irregular de resíduos sólidos ou o uso inadequado de produtos químicos na rede de esgoto é que acarretam problemas para a rede.
Das cerca de 150 ligações direcionadas à Seman no mês de agosto pelo Disque Salvador 156, 70 dizem respeito à serviços de conservação do sistema de macrodrenagem/boca de lobo.
Fuga de material – Entre os serviços mais solicitados à Seman, os trabalhos de microdrenagem, como os que envolvem fuga de material, desobstrução de bueiros e limpeza de canais, demandam ações diárias de prevenção e reparo. Dentre os pontos críticos enfrentados pela Seman desde o início da gestão, é possível destacar a recuperação de toda a rede de drenagem da Praça Irmã Dulce, localizada no Largo de Roma, em abril deste ano. Por conta das fortes chuvas que atingiam Salvador à época, houve rompimento das redes de esgoto e de água potável do lugar, comprometendo o sistema de drenagem de águas pluviais no entorno da praça, resultando numa imensa cratera.
De acordo com o engenheiro Ricardo Nascimento, da Roble Serviços, uma das empresas terceirizadas que executam os trabalhos da Seman, “o descarte irregular de lixo também compromete o bom funcionamento da rede. Parte da população joga resíduos em qualquer lugar, e isso acaba entupindo o sistema e ocasionando transtornos aos próprios cidadãos. Para se ter uma ideia, de cada 40 chamadas que recebemos, cerca de 20 ou até mesmo 30 são referentes a serviços de desobstrução”, revela.
Diversos fatores contribuem para o rompimento da rede. “É um problema que ocorre devido à pressão interna (implosão) por conta do aumento de volume nas manilhas. Os equipamentos também sofrem com a corrosão por produtos químicos jogados no esgoto, que terminam por corroer as manilhas de concreto, permitindo o escape do material, resíduos descartados irregularmente, entre outros fatores. Buscando garantir maior conservação desses equipamentos, cada vez mais se utilizam manilhas feitas de uma liga de PVC mais resistente em lugar das estruturas de concreto já comprometidas, que são retiradas durante a manutenção”, diz.
Quando danificada, a estrutura da rede precisa ser recuperada imediatamente de forma a evitar maior comprometimento. “Quando a tubulação ou a manilha se rompe ou é danificada, necessita de recomposição. Caso contrário, o material que ela comporta acaba espalhando-se por canais para onde não deveriam ir, causando diversos problemas, acabando por desaguar no mar”, explica o engenheiro.