Os jovens atendidos pelas várias sedes da Fundação Cidade Mãe (FCM) em Salvador fizeram uma apresentação artística nesta terça-feira (22), no Centro Cultural da Câmara de Vereadores. O Evento Artístico Cultural – FCM – Um Pedacinho do Nordeste, mostrou várias obras feitas pelos alunos, como pinturas em tela, esculturas, mandalas, papietagem (esculturas feitas de papel) e objetos decorativos que foram expostas, tendo como tema a região Nordeste do Brasil. Além disso, peças teatrais, números de dança e uma premiação do melhor cordel completaram a programação da tarde festiva.
A presidente da FCM, Risalva Fagundes, ressaltou a importância do projeto para os mais de dois mil jovens atendidos pela instituição, reduzindo a situação de risco nas várias comunidades com noções de ética, cidadania e outros valores. “O trabalho que essas crianças estão apresentando é fruto de muito empenho por parte de todos os envolvidos. Acreditamos que elas podem fazer ainda mais se existir apoio. Buscamos sempre trabalhar com a autoestima e confiança para mostrar que eles podem fazer de tudo”, acredita Risalva.
Os membros do Centro de Convivência Socioassistencial de Periperi fizeram uma apresentação de dança que tinha como trilha sonora o “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga. A educadora social Naiara Costa se sentiu orgulhosa da apresentação: “É muito gratificante trabalhar com essas crianças e ver o desenvolvimento de cada um”, disse. Uma das dançarinas do grupo, Catarina Lima, de 10 anos, diz só depender de incentivo para continuar nos palcos: “o mais importante para nós são os aplausos. É o que nos dá confiança”.
Um dos vencedores do prêmio de melhor cordel, Alisson Nascimento, de 12 anos, ainda estava surpreso com o título. Ele conheceu e aprendeu a fazer cordéis na FCM de Canabrava, onde também descobriu outra paixão: “gosto de lá porque conheci muita coisa. Hoje o que mais gosto de fazer são os cordéis e jogar capoeira”, revela.
Obras – No salão do centro foram expostas as obras feitas pelos alunos. Júlia Beatriz dos Santos, de 15, há dois anos entrou para o programa AABB Comunidade, da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), em Piatã. No local, Júlia aprendeu a fazer esculturas e apresentou uma delas, uma dançarina usando a técnica da papietagem: “É um bom aprendizado e podemos desenvolver em casa. É muito proveitoso’, afirma. O professor de artes da AABB Comunidade, Júlio Sacramento, explica que os jovens aprendem a fazer arte de uma forma diferente. “Nós buscamos através da arte desenvolver o senso crítico dos alunos e pensar o mundo de outra forma’, garante o professor.
A primeira turma de artes do Programa Jovem Aprendiz, que atua em parceria com o Centro de Convivência Socioassistencial Cristo é Vida, na Chapado do Rio Vermelho, trouxe várias esculturas e pinturas em tela para o evento. Os alunos trouxeram obras retratando baianas, cangaceiro, pescador e outras figuras do nordeste brasileiro. “Com o foco no tema, trouxemos personagens que representam nossa região e mostramos toda a sua diversidade. No projeto, aprendemos a desenhar e pintar. É o que nos completa”, explica o aluno Anderson Sena, de 20 anos.