O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, disse nesta terça-feira (4) que o atual modelo da Previdência Social no país “morreu”. Ele disse que não adianta debater idade mínima para aposentadoria se não for modificado o modelo da Previdência.
Ciro participou de uma sabatina em São Paulo organizada pelo jornal “O Estado de S.Paulo” e pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap).
“Esse sistema [de Previdência] morreu. Temos que ter clareza no diagnóstico, porque senão a gente erra na terapêutica”, afirmou Ciro. “Não se tratam de parâmetros. Idade mínima, máxima, tudo isso é fácil de resolver. O problema aqui é orgânico”, afirmou Ciro.
Uma proposta de reforma da Previdência chegou a ser enviada pelo governo Michel Temer para o Congresso Nacional, mas, por falta de apoio, não foi votada. Para Ciro, o texto do governo não resolve o problema.
O candidato disse que vai propor um modelo de capitalização, no lugar do modelo atual que classificou como repartição. Para o candidato, o envelhecimento da população não permite mais que os trabalhadores da ativa contribuam com o sistema para beneficiar os que já se aposentaram.
“Estou propondo criarmos um novo regime, em linha com as melhores práticas internacionais, que é o regime de capitalização. Qual é a lógica? Cada trabalhador poupa pra si mesmo. Parte da poupança é compulsória ditada pelas leis. E parte complementar, em cima de um teto que compactuaremos, é voluntária”, disse o candidato.
Dinheiro para investimentos
Ciro foi questionado sobre de onde vai tirar dinheiro para o governo retomar investimentos, uma vez que a União enfrenta nos últimos anos um desequilíbrio nas contas.
Ele afirmou que o dinheiro para investimentos não precisa, necessariamente, sair do Tesouro Nacional.
“Nem sempre a fonte é Tesouro ‘stricto sensu’. Retomar 7,2 mil obras com prioridade em moradia popular e saneamento básico ou algumas questões de infraestrutura como ferrovia Transnordestina, Oeste-Leste na Bahia, concluir finalmente a Norte-Sul, estabelecer a ferroiva Norte para os caminhos diretos a Paranaguá, tudo isso tem outras fórmulas de financiamento que não são Tesouro ‘stricto sensu'”, disse o candidato.
Ele também disse que resolveria o déficit fiscal, este ano estimado em até R$ 159 bilhões, num estalar de dedos (ele não citou a expressão, mas fez o gesto com a mão). Para Ciro, o desafio é político, porque as soluções técnicas ele afirma já ter.
“Tecnicamente eu venço o déficit público brasileiro assim [estala o dedos]. Poiticamente é que o desafio”, disse o candidato.
Como exemplo de soluções para zerar o déficit, o candidato citou propostas que vem fazendo ao longo da campanha, como: criar imposto para lucros e dividendos de empresas; taxar heranças de acima de R$ 2 milhões; passar um “pente-fino” nas desonerações concedidas a empresas.
Fonte: G1