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A flauta é um dos instrumentos de sopro mais antigos da história da humanidade. No entanto, o som ancestral encanta e desperta o interesse de adultos e crianças até hoje. Prova disso é que alunos do Salvador 360 e moradores do Subúrbio têm lotado as oficinas ministradas pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Smed). A iniciativa contempla 11 turmas de 25 alunos, entres estudantes e jovens da comunidade. O repertório é o mais variado possível e inclui canções nordestinas e da MPB.

Há quatro meses, o pequeno Robson Santos, de 13 anos, se dedica ao instrumento. Orgulhoso, ele mostra que já domina os acordes. Entre um sopro e outro, faz entoar um dos maiores clássicos da Música Popular Brasileira, Asa Branca, de autoria de Luiz Gonzaga. O empenho vai além das salas da sede do Subúrbio 360, que fica na Rua da Paz, em Coutos, onde ocorrem as aulas. O flautista mirim faz questão de levar para casa o instrumento e garante que não deixa de tocar um dia sequer. “Toco toda hora e todo dia em casa”, comenta.

As aulas acontecem todas as quartas e sextas-feiras, nos turnos matutino e vespertino (para os alunos de 06 a 14 anos da Escolab); para comunidade (jovens de 14 a 25 anos), as aulas ocorrem às terças e quintas-feiras, das 17h30 às 18h30. O mestre é o professor Clécio Ventura. Formado em música pela Universidade Federal da Bahia (UFBa), ele há mais de 20 anos passa adiante um pouco da sua arte. “A música é uma ferramenta que ajuda no desenvolvimento. O canto acalma, deixa as crianças mais tranquilas”, destaca.

Segundo ele, de todos os alunos envolvidos, pelo menos 40 já dominam o instrumento e fazem apresentações externas. No último domingo, eles fizeram um show no Centro Israelita, na Pituba. A vice-diretora, Aline Melo, não esconde o encantamento. “Fico emocionada com o talento dessas crianças. Começam numa semana e na outra já estão tocando feito gente grande”, conta. Ela frisa que a ideia é que seja formada uma grande Orquestra Filarmônica.

Salvador 360° – A unidade atende crianças e jovens, com oficinas de teatro e artes em geral, de diversas modalidades esportivas (do futsal ao karatê), laboratórios de informática e até um estúdio de rádio com transmissão ao vivo pela internet. A estrutura inclui uma área de 10 mil metros quadrados e oferece refeição, lanche e banho. No total, são 11 salas, sendo quatro para aulas da Escola Laboratório (Escolab), quatro para práticas esportivas e de dança e outras três modalidades.

Ainda no local funciona o Centro Especial de Reabilitação (CER), gerido pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). O equipamento conta ainda com duas quadras poliesportivas cobertas, um teatro com 400 lugares (que também se transforma em auditório) e uma cozinha industrial para cursos profissionalizantes (voltada para as mães dos alunos), além de refeitório, elevador e rampas para acessibilidade, casa de lixo e de gás, estacionamento e estruturas administrativas.

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