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O presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Edvandir Felix de Paiva, afirmou nesta quarta-feira (14) que o “mal-estar” gerado pela recente declaração do diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, ainda “não está superado”.

Na última sexta (10), a agência Reuters publicou entrevista com Segovia, na qual o diretor da PF declarou que não há indício de crime na investigação sobre o presidente Michel Temer e que as investigações até o momento não comprovaram ter havido pagamento de propina no caso.

A declaração causou intensa repercussão política e motivou o relator do inquérito que investiga Temer no Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, a intimar Segovia a dar explicações.

Nesta quarta, após encontro com Fernando Segovia, Paiva relatou que a “impressão” que teve ao conversar com o diretor da PF é de que ele se “arrepende de ter seguido por determinados caminhos”.

“Falar em entrevista é sempre difícil e ele [Segovia] está abalado, abatido com a repercussão toda que houve. Mas ele deixa claro que houve uma certa distorção em relação ao que ele disse e que não houve nem haverá qualquer tipo de interferência em cima dos investigadores. Ele garantiu isso pra gente, é importante”, afirmou o presidente da ADPF.

“Mas o mal estar não está superado, vai continuar, vamos acompanhando as manifestações dele, no Judiciário, no dia a dia, pra que não haja nenhum tipo de interferência [nas investigações]”, complementou.

Inicialmente, Segovia tinha agendado uma reunião para as 14h com a presidente da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol), Viviane da Rosa, para tratar de assuntos administrativos da PF.

No entanto, a reunião foi adiada para as 18h, após o diretor-geral chamar a diretoria da ADPF para tratar da entrevista dada a Reuters. As duas associações representam os delegados da Polícia Federal.

Segundo diretores que participaram da reunião, Segovia chamou os delegados para explicar a declaração, e não para pedir apoio às entidades.

Fonte: G1

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