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O canto doce e contínuo do Sporophila ardesiaca, conhecido popularmente como papa-capim, fez dele o animal mais apreendido ano passado pela Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa). Além do papa-capim, outras espécies que compõem a fauna baiana foram recuperadas em 2017 por esta unidade policial.

Nos 10 primeiros meses do ano, em comparação ao mesmo período de 2016, houve um aumento de 2,8% no número dos animais salvos pela Coppa. Em 2016, foram 2.633 (2.123 apreensões e 510 resgates), enquanto em 2017 os números saltaram para 2.707 (2192 apreensões e 515 resgates), 74 casos a mais.

Entre os animais estão, além dos pássaros, iguanas e cobras. A maioria dos casos ocorreu em Salvador, destacando-se o resgate em agosto, na localidade conhecida como ‘Pela Porco’, próxima a antiga estação rodoviária, de 48 pássaros engaiolados e prontos para serem comercializados.

A Coppa também ampliou em cerca de 160% às operações para combater crimes contra a fauna e flora. De janeiro a outubro deste ano, 15 pessoas foram presas, uma apreendida e nove termos circunstanciados lavrados.

A comandante da companhia, major PM Maria Aparecida Melo, revelou a existência de uma cultura de criação de animais silvestres em cativeiro, principalmente em cidades do interior, e que passa de pai para filho. “Há animais, como o papagaio, mantidos dentro da casa como alguém da família”, explicou. A oficial alertou que o cidadão deve entender que criar um animal silvestre cativo é crime.

Esclareceu que animais considerados exóticos e que não fazem parte da fauna brasileira podem ser criados em casa, citando, dentre outros, os pássaros calopsita e canário-belga. Para alertar futuras gerações sobre o risco de extinção de algumas espécimes devido a caça e clausura, a Coppa promove, segundo declarou Maria Aparecida, ações de educação ambiental.

Com material de apoio e animais empalhados, os policiais fazem visitas constantes a creches e escolas. “Trabalhamos para que crianças e adolescentes desenvolvam uma consciência ambiental, passem o que aprenderem adiante e cresçam sabendo que tirar animais da natureza é crime”, enfatizou.

Resgatados, os animais são levados para o centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), onde recebem atendimento veterinário. Após avaliação e tratamento, são devolvidos à natureza ou encaminhados para zoológico ou criadouro, em casos que não se adaptam mais a viver em liberdade.

Fonte: Ascom/Marcia Santana

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