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Um dos momentos religiosos mais aguardados do ano em Salvador, a Lavagem do Bonfim reunirá milhares de devotos nas ruas da Cidade Baixa, nesta quinta-feira (11). A celebração integra o calendário oficial de eventos do verão de Salvador, que tem 42 dias de atrações entre atividades públicas e privadas, até o Carnaval. A concentração da lavagem começa cedo, às 8h, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no Comércio, de onde os devotos do Senhor Bom Jesus do Bonfim e de Oxalá, para o candomblé, partem para uma caminhada de cerca de oito quilômetros, acompanhando a condução do andor até a Colina Sagrada, transformando o percurso em um grande tapete branco.

Com o tema: “Origem, identidade e missão do amado Jesus, Senhor do Bonfim”, a festa tem um dos pontos altos a partir das 12h, com a lavagem do adro da Basílica Santuário do Senhor do Bonfim, com água de cheiro e flores, pelas baianas. Após o ato, a imagem peregrina do Senhor do Bonfim permanece próxima à porta da igreja para veneração pública dos fiéis até as 18h. Apesar da lavagem ser realizada nesta quinta (11), a programação dos festejos começa sempre com uma semana de antecedência, com o início da novena, e vai até o domingo, dia em que é celebrada uma missa solene pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger.

Patrimônio Imaterial Nacional, a festa também tem o seu lado profano, visto que diversos blocos tradicionais de samba e rodas de capoeira seguem em cortejo até o Bonfim. No ano passado, 36 entidades folclóricas, como o Saco Cheio, Comanches do Pelô, Filhos de Gandhy e Muzenza desfilaram. Este ano, o credenciamento é realizado até amanhã (9) pela Empresa Salvador Turismo (Saltur). À tarde, bares e casas próximas à colina oferecem comidas baianas que vão da feijoada ao xinxim, e festas particulares, como as da Marina e do Terminal Náutico de Salvador, atraem pessoas em busca de diversão.

História – O culto ao Nosso Senhor do Bonfim começou em 1745, quando a imagem do santo foi trazida pelo capitão Português Teodósio Rodrigues de Farias cumprindo uma promessa que fez depois de ter sobrevivido a uma forte tempestade. As homenagens, no entanto, iniciaram de fato em 1754, ano em que a imagem foi transferida da Igreja da Penha, em Itapagipe, para a sua própria igreja, construída na Colina Sagrada. Segundo relatos históricos, a lavagem do adro da Basílica começou a partir dos moradores da região, que lavavam a igreja para deixá-la pronta para a Festa do Bonfim. Por conta da dança durante o cortejo até a basílica, a limpeza foi proibida, em 1889, pelo arcebispo da Bahia Dom Luís Antônio dos Santos. Após a decisão, adeptos do candomblé começaram a fazer o cortejo para lavar as escadarias.

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