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Se para a cultura yorubá, Olodumaré é a representação do ente criador do universo, a Arena Daniela Mercury pode ser traduzida como imagem e semelhança do Pelourinho na Orla de Salvador. Essa é a sensação de quem acompanha o rufar dos tambores transportados da Ladeira do Pelô para a Boca do Rio nesta terceira noite do Festival Virada Salvador. É o samba-reggae do Olodum abrindo caminho para o novo ano, botando a galera para dançar.

No palco, cantores, músicos e percussionistas, são conduzidos por sucessos como Protesto Olodum, Canto ao Pescador, Faraó e uma série inigualável de sucessos que tratam da vida e obra do povo negro, numa conexão Bahia-Africa que, à sua maneira, recorda os êxitos e as agruras do povo negro na terra do Carnaval.

“Minha jangada vai sair pro mar, vou trabalhar meu bem querer”, anunciam as vozes do maior bloco afro de Salvador, em referência à Suíte do Pescador, de Dorival Caymmi. Na plateia, braços, quadris, pernas e corações são envolvidos pelo toque dos tambores.

Pós-Réveillon – Na primeira semana de 2018, o Olodum dá início à turnê Eu falei Faraó, com uma série de shows na capital baiana, antes de ganhar o Brasil, retornando à Salvador nesse meio-tempo para ensaios e, claro, o Carnaval. Até lá, haja coração fervendo com os tambores do Olodum pelas ruas do Centro Histórico.

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