Três meses sem recebimento de salário e 13º. Esta é a situação enfrentada por 114 vigilantes que prestam serviços ao sistema ferroviário no Subúrbio de Salvador, através da empresa MJR Segurança. Em contato com o BNews, trabalhadores denunciaram o impasse, que vem afetando diversas famílias.
“Estamos há três meses sem receber salário e agora até sem o décimo. O sindicato não nos ajuda e enquanto isso nossos filhos passam fome. Pelo amor de Deus, pelo amor de meus filhos, esse pai desesperado não sabe mais o que fazer”, apelou o vigilante, pedindo anonimato. A falta de pagamento foi denunciada por outros dois vigilantes, que também pediram anonimato. Abaixo, extrato do FGTS enviado por um dos trabalhadores.
Procurado pelo BNews, o Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança e Vigilância do Estado da Bahia (Sindvigilantes-BA) afirmou que acompanha o caso, porém, apontou informação contrária. Segundo o secretário-geral Cláudio Santos, a CTB (Companhia de Transportes da Bahia, administradora dos trens do Subúrbio) está pagando diretamente na conta, com base na Lei Anticalote. “A CTB fez os pagamentos dos salários, mas está faltando o pagamento do 13º salário”, garantiu.
A reportagem na conseguiu contato com a MJR. De acordo com o sindicalista, até os funcionários do setor administrativo estão sem receber salários, o que compromete todos os atendimentos da empresa.
CTB
A versão do Sindvigilantes foi confirmada pela CTB, através de nota enviada ao site: “A Companhia de Transporte da Bahia (CTB) esclarece que os salários e férias de todos os vigilantes que trabalham nas estações dos trens do Subúrbio, na Cidade Baixa, já foram pagos. Quanto ao recebimento do décimo terceiro salário, a CTB informa que 35 dos vigilantes já receberam a gratificação e até a próxima semana, todos estarão com o 13º pago. Vale ressaltar que, embora o grupo de trabalhadores que atua nas estações seja da empresa terceirizada MJR Segurança, os pagamentos aos vigilantes estão sendo efetuados diretamente pela CTB, mediante autorização da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz). Até o momento, a Companhia aguardava a autorização da Sefaz para que o pagamento do décimo pudesse ser feito de forma direta, por isso o breve retardo na gratificação”.
Conforme os denunciantes, os esclarecimentos não condizem com a realidade enfrentada pela categoria.