Alunos do Colégio Estadual Nelson Mandela, em Periperi, subúrbio ferroviário de Salvador, participaram, nesta sexta-feira (27), da 8ª edição do projeto Mais Grafite, que leva arte, cultura e cidadania a estudantes da rede estadual. Natali Borges, 16 anos, teve o primeiro contato com a cultura do grafite e se juntou ao grupo de estudantes que escolheu pintar um painel sobre o respeito à diversidade sexual. “Estou aprendendo coisas que eu queria aprender bem antes. As pessoas precisam respeitar mais os LGBT´s, é muito importante”, declarou a adolescente.
Renaldo Casado, 17 anos, já conhecia um pouco sobre o grafite teoricamente, mas teve a oportunidade de pintar pela primeira vez. O estudante homenageou Madiba, como também era conhecido o líder sul africano Nelson Mandela. “Todo mundo está tendo uma oportunidade de pegar na lata, eu chamei várias pessoas. Perguntei ao professor se tinha alguma coisa que envolvesse Nelson Mandela e o professor de capoeira Madiba. Ele olhou na internet, viu essa imagem, eu pedi pra ele fazer só para eu terminar de pintar”, explicou o estudante.
Promovido pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social do Estado (SJDHDS), o Mais Grafite em Periperi foi marcado pela empolgação dos alunos. Prisk, um dos orientadores, falou sobre o privilégio que o projeto proporciona aos estudantes. “O grafite em si é inserido na escola como educação artística. Eu, pelo menos, não tive isso na escola. Eu fui aprender grafite na rua. O projeto está trazendo algo de muito bom para eles”, avaliou.
O resultado das oficinas fica registrado nos muros dos colégios por onde passa, dando uma mostra do poder da arte como agente transformador na vida e nos espaços coletivos. “Nessa área nós temos jovens em situação de vulnerabilidade social e, por isso, através do Mais Grafite, a gente pode fazer com que o jovem tenha a sua oportunidade e, ao mesmo tempo, o sentimento de cidadania”, explica o secretário da SJDHDS, Carlos Martins.
A diretora da escola, Olívia Costa, acredita que a iniciativa também funciona como estímulo pedagógico. “É uma movimentação diferente na escola e contribui com a nova linguagem daquilo que eles já pensam e utilizam no dia a dia, mas se expressando de um modo diferente. Mexe muito com a criatividade e expõe as emoções deles, que às vezes nós não sabemos”, garante a gestora.
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