Com o objetivo de ampliar a imunização dos moradores de Salvador contra a febre amarela, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) realizará o Dia D de vacinação no próximo 29 de julho (sábado). O objetivo da estratégia é fortalecer o bloqueio contra a doença, já que o município não registrou nenhum caso suspeito em humanos. Este ano, cerca de 381 mil pessoas foram imunizadas contra a febre amarela na capital baiana. Estima-se que outros 1,4 milhão de indivíduos ainda precisem se proteger contra a doença em Salvador.
“Nos meses de março e abril, tivemos episódios de macacos identificados com febre amarela no perímetro urbano e essa informação gerou uma grande procura pela vacina nos postos de saúde. No entanto, passado esse período, as pessoas deixaram de buscar os serviços para imunização. Por esse motivo, vamos promover um Dia D para ampliar o acesso às doses e, consequentemente, aumentar a cobertura vacinal”, justificou Geruza Morais, diretora geral de Vigilância à Saúde.
O imunobiológico é administrado em dose única para o público entre 9 meses e 59 anos. O Ministério da Saúde afirma que a vacina é contraindicada para crianças menores de seis meses, idosos acima dos 60 anos, gestantes, mulheres que amamentam crianças de até seis meses, pacientes em tratamento de câncer e pessoas imunodeprimidas. Para estes grupos, a orientação é que a pessoa busque ajuda médica, cujo profissional de saúde avaliará o benefício e o risco da vacinação, levando em conta o risco de eventos adversos.
A vacinação também acontece de segunda a sexta-feira (exceto feriados), das 8 às 17 horas, em todas 126 salas de vacina da rede municipal.
Captura de macacos – Nessa semana, equipes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) capturaram três macacos (dois mortos e um vivo) na região de Sussuarana. As amostras recolhidas foram encaminhadas para análise laboratorial para realização de exames de detecção da febre amarela. Após a identificação dos macacos com suspeita do agravo, equipes do CCZ são destacadas de imediato para os locais onde os bichos foram encontrados. Assim, realizam o bloqueio espacial com borrifação de inseticida com o intuito de eliminar possíveis mosquitos infectados.
“Ficamos praticamente dois meses sem novas identificações de primatas mortos ou aparentemente doentes em perímetro urbano. Nessa segunda (17) e terça-feira (18) identificamos mais três animais na área de Sussuarana. Independentemente do resultado laboratorial, já enviamos agentes de endemias para aplicação de inseticida no entorno da localidade onde os animais foram achados. A estratégia visa reduzir as chances de vetores infectados circular, acabando assim com a cadeia cíclica da doença”, afirmou Geruza Morais.
Desde o início de março, 169 macacos foram capturados mortos ou aparentemente doentes na capital. Desse total, 10 foram confirmados com infecção pelo agravo. Os casos positivos foram identificados em Ilha Amarela, São Tomé de Paripe, Vila Laura, Boca do Rio, Cajazeiras III, Nova Brasília, Itapuã e Itaigara (03).
Mosquito haemagogus – Após a confirmação da presença do mosquito haemagogus – vetor responsável pela transmissão da febre amarela em região de mata – no entorno do bairro de Cassange, equipes de Vigilância à Saúde da SMS iniciaram na segunda-feira (17) ações de controle vetorial e vacinação na localidade.
Durante a mobilização, enquanto os agentes de endemias realizam a inspeção das residências para identificação e eliminação com aplicação de larvicida dos focos do mosquito, técnicos de saúde realizam a imunização dos moradores através de visitação casa a casa. “Até o final dessa semana, finalizaremos a inspeção de todos os domicílios e a imunização dos moradores da comunidade do Cassange. É uma localidade com grande quantitativo de Mata Atlântica e com identificação positiva para o vetor que realiza a transmissão silvestre da doença. O nosso intuito é finalizar o mais rápido possível a vacinação dos moradores e o bloqueio focal em todas as casas para evitar a transmissão em humanos”, explicou Morais.
Apesar dos casos de macacos com febre amarela e a identificação do mosquito haemagogus em Cassange, a gestora também tranquilizou a população, pois não foram registradas ocorrências da patologia em humanos no município. “Vale destacar que não há registro de febre amarela em humanos em Salvador. Um dos transmissores da doença é o mosquito Aedes aegypti, um velho conhecido nosso que também é causador da dengue, zika e chikungunya, e a melhor forma de evitar o avanço das arboviroses é combatê-lo”, finalizou. O cidadão que encontrar um macaco morto ou com comportamento estranho pode entrar em contato com o CCZ através do telefone 3611-7330 ou 3611-7331.