O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque protocolou nesta terça-feira (23), por meio de seus advogados, petição na qual cita provas de três encontros com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No documento, há uma foto em que os dois aparecem lado a lado, registrada, segundo a defesa, em 2012.
A petição também cita encontro entre ambos em 2 de junho de 2014, para a qual, ainda conforme os advogados, o ex-presidente chamou Duque para falar de depósitos feitos em contas no exterior. Os dados dos voos que teriam sido utilizados pelo ex-diretor para ir ao encontro são identificados no documento.
O ex-diretor da Petrobras já havia citado os encontros em interrogatório ao juiz federal Sérgio Moro, em 5 de maio, ressaltando que “Lula tinha conhecimento de tudo”.
Duque também afirma, na petição desta terça-feira, que renuncia do dinheiro depositado em duas contas no exterior – na Suíça e no principado de Mônaco –, “com a finalidade de colaborar com a justiça e corroborar sua colaboração judicial”. Os valores não foram divulgados.
“O requerente manifesta seu interesse de continuar colaborando com todas as investigações das quais tenha conhecimento de fatos relevantes sobre a Petrobras”, pontua o ex-diretor no fim da petição.
Ao ser interrogado pelo juiz Sérgio Moro, o ex-presidente Lula confirmou que esteve pessoalmente com Renato Duque apenas uma vez, no hangar do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Ele disse não se lembrar o ano do encontro.
Lula disse ter pedido para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto intermediar o encontro, porque havia “boatos no jornal de corrupção e conta no exterior”. O ex-presidente afirmou ter perguntado a Duque se ele tinha dinheiro no exterior. O ex-diretor da Petrobras, segundo Lula, negou.
O que diz a defesa de Lula
“Sem provas para sustentar a acusação relativa ao tríplex contra Lula, os acusadores investem na oferta de prêmios para réus confessos tentarem produzir factoides. Os papéis apresentados por Duque, que busca destravar sua delação, nada provam.
Não provam que Lula é dono do tríplex, não provam que ele recebeu alguma vantagem indevida proveniente de contratos da Petrobras, enfim, não provam nenhuma das acusações feitas pelo MPF na ação.
Os papéis só provam o desespero dos acusadores, que agora querem transformar uma fotografia com Lula e uma suposta passagem de avião em prova de propriedade imobiliária e de recebimento de vantagens indevidas.
Cristiano Zanin Martins”
Fonte: G1