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Com o objetivo de levantar subsídios para o seminário Panorama Carnaval 2017, que acontecerá nos dias 16 e 17 de maio, a Comissão Especial da Câmara Municipal, criada para discutir a festa, ouviu em reunião na tarde desta terça-feira (18) empresários do segmento de entretenimento. Para o encontro da próxima semana, dia 25, segundo o presidente do colegiado, vereador Moisés Rocha (PT), foram convidados para dar suas contribuições ao debate representantes dos blocos de samba (José Luis Lopes, do Alerta Geral), afro (João Jorge, do Olodum) e afoxés (Vovô, do Ilê Aiyê).

A ideia, frisou Moisés Rocha, é ouvir sugestões de temas para o seminário, visando aperfeiçoar a organização da festa e sanar problemas identificados nos últimos anos, a exemplo do esvaziamento do circuito Osmar. “O Campo Grande não pode ficar como está, precisamos repensar um novo modelo que resgate o Carnaval do Centro”, defendeu.

Clínio Bastos, presidente da Associação Brasileira de Entretenimento – Bahia (ABRE-BA), e Nei Ávila, da Associação Baiana de Camarotes, representaram os empresários envolvidos com a festa. Segundo eles a crise econômica vem afetando a atração de turistas nos últimos anos. “Outras cidades, como Recife, passaram a investir mais no carnaval e as pessoas estão optando por ficar em seus estados, por economia. É preciso repensar o modelo de organização da festa, até porque a mão da iniciativa privada está recuando e o poder público precisa investir em educação, saúde, segurança e outras prioridades”, observou Bastos.

Ele destacou também que a forma de patrocínio fechado por uma cervejaria e a prefeitura, padronizando visualmente toda a cidade, provocou a fuga das demais concorrentes. “A axé music, que dominou o cenário musical nos últimos 30 anos, também não está nos seu melhor momento”, comentou o empresário, defendendo que é hora de se profissionalizar ainda mais a folia.

Tanto Bastos quanto Nei Ávila parabenizaram a Câmara pela iniciativa do seminário Panorama Carnaval e se colocaram à disposição para contribuir com o debate, que resultará em uma proposta de melhoria da festa. As entidades, inclusive, levarão uma pesquisa ouvindo foliões locais e turistas, assim como representantes dos segmentos envolvidos na organização.

“Doeu no bolso”

Titular da Comissão do Carnaval, o vereador Igor Kannário (PHS), uma das atrações musicais da festa, fez questão de criticar o atual modelo de investimentos nos circuitos: “Temos que ouvir a população, porque o povo está com saudade do Carnaval de rua, dos encontros de trios. Agora pagam R$300 mil para Luan Santana e R$30 mil para mim, mas eu botei milhões de pessoas na pipoca e por isso vou para o livro dos recordes”.

Segundo ele, os circuitos estão nitidamente separados socialmente: “Negro, favela, fica no Campo Grande e os ´mauricinhos´ na Barra”. Igor Kannário criticou também os empresários: “A crise atinge também os foliões e o setor bota os preços lá em cima. Só estão se preocupando agora porque doeu no bolso”.

O vereador Henrique Carballal (PV), que organizou o primeiro seminário, ressaltou a importância da Câmara provocar o debate sobre os temas que precisam ser repensados, como a forma de contratação de artistas e a evasão de público e patrocínio. O vice-presidente da Comissão, Felipe Lucas (PMDB), Kiki Bispo (PTB), Duda Sanches (DEM) também destacaram a importância dos vereadores contribuírem com propostas para a melhoria da festa. A vereadora Marcelle Moraes (PV) também compareceu à reunião.

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