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O juiz federal Sérgio Moro, que é responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, ouve mais testemunhas de defesa, nesta segunda-feira (13), no processo penal da Lava Jato que tem como um dos réus o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O processo penal envolve o caso do triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo.

Entre as testemunhas que devem ser ouvidas estão o ex-ministro do Governo Dilma e atual secretário do Desenvolvimento Econômico da Bahia (SDE), Jaques Wagner (PT), e o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli. Os dois foram arrolados pela defesa do ex-presidente Lula.

As audiências serão realizadas em três horários – às 9h30, 14h e às 16h. Os interrogatórios serão realizados via videoconferência por Salvador, na Bahia; em em Barueri e Osasco, em São Paulo.

Além do ex-presidente, outras seis pessoas também são rés na mesma ação. A esposa de Lula, Marisa Letícia, que morreu na sexta-feira (3), também era ré nesta ação penal.

A denúncia foi aceita em setembro do ano passado e abrange três contratos da OAS com a Petrobras. As acusações são de que R$ 3,7 milhões em propinas foram pagas a Lula. Para os procuradores do Ministério Público Federal (MPF), a propina se deu por meio da reserva e reforma do apartamento triplex, em Guarujá, e do custeio do armazenamento de seus bens.

Lula responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro nesta ação penal. Ele é réu em dois processos relacionados à Lava Jato na Justiça Federal do Paraná.

As oitivas com as testemunhas de defesa devem se estender até março deste ano. Ao todo, 70 pessoas incluindo outros réus que respondem à esta mesma ação penal, foram arroladas.

 

TRIPLEX EM GUARUJÁ
Lula é alvo de investigação.

Ex-ministro diz desconhecer irregularidade
O ex-ministro das Relações Internacional do governo de Lula Alexandre Padilha afirmou, em depoimento na sexta-feira (10), desconhecer qualquer irregularidade na composição da base parlamentar de apoio à gestão petista. Padilha foi ouvido como testemunha de defesa de Lula em um dos processos relacionados à Operação Lava Jato.

“Em nenhum momento das discussões, em 2009, 2010, com os congressistas com os líderes partidários, qualquer tema ou prática espúria estava nas mesas de conversas, das discussões”, disse Padilha.

A afirmação foi uma resposta a defesa do ex-presidente. Segundo o advogado, o Ministério Público Federal (MPF) alega que a base do governo reunia 376 deputados federais ou 73% da Casa e isso só foi possível em virtude de recursos espúrio.

O ex-ministro afirmou ainda que é muito difícil governar sem a maioria no Congresso e que o processo de coalizão com os diferentes parlamentares e partidos se dava a partir de discussão de ideias, propostas, políticas públicas e ações de governo.

“O processo de construção da aliança, da coalização era feita pelos presidentes dos partidos, líderes partidários. Quando se criou o conselho político da coalizão foi exatamente a ideia de que se tinha uma instância de diálogo sobre a coalização, sobre a maioria parlamentar, que o presidente do partido fizesse parte, os líderes da Câmara do Senado fizessem parte”.

Padilha afirmou também que não recebeu nenhuma espécie de alerta de órgãos de controle como Tribunal de Contas da União (TCU) ou Controladoria-Geral da União (CGU) sobre corrupção na Petrobras.

Outras testemunhas como o procurador de Justiça aposentado do Estado de São Paulo João Lopes Guimarães Júnior e o advogado e professor Pedro Bohomoletz de Abreu Dallari também foram ouvidas por Moro na sexta-feira.

G1

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