O presidente Michel Temer disse hoje (13) que as acusações de corrupção envolvendo políticos não podem paralisar o Brasil e afirmou que, contra essa tendência, o governo seguirá trabalhando “com os mesmos critérios” até o fim do seu mandato para combater a recessão e promover o crescimento econômico. Em um discurso no qual comemorou a aprovação da proposta que estabelece um teto para os gastos públicos, Temer comentou o pedido feito ontem ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que acelerasse a coleta dos depoimentos e homologasse eventuais delações de executivos da construtora Odebrecht, no âmbito da Operação Lava Jato.
Admitindo haver conflitos no país e mencionando o requerimento enviado a Janot, Temer disse que as acusações não podem paralisar o país. Ele disse que em contrapartida a essas notícias, o governo vai anunciar novas medidas econômicas, além de já ter enviado propostas de ajuste fiscal ao Congresso.
“Há conflitos, há problemas no país? Há. Não podemos mantê-los indefinidamente. Não foi sem razão que ainda ontem pedi que as coisas todas muitas vezes acusatórias venham logo à luz. Vindo logo, quem for acusado poderá defender-se, explicar-se, que seja. Esta é a primeira fase da chamada acusação. A acusação é um longo processo, onde há defesa, isso e aquilo. Então não podemos deixar que isso paralise o país, e não permitiremos que isso aconteça. Pode acontecer, pode vir a notícia que vier, o país não ficará paralisado”, afirmou.
Nessa segunda-feira (12), Temer criticou o vazamento de delações premiadas e solicitou que as investigações sejam concluídas “o quanto antes” para que o país supere o clima atual, classificado por ele de “desconfiança geradora de incerteza”.
Temer disse que “talvez” já nesta quinta-feira (15) lance “várias medidas” que estão sendo preparadas neste fim de ano “que visem a dinamização da nossa economia”. Como exemplo, ele citou iniciativas lançadas hoje como a injeção de R$ 3 bilhões em recursos para a modernização de parte da frota de ônibus coletivos e o acréscimo de R$ 5 bilhões em crédito para micro, pequenas e médias empresas.
Ao citar a reforma da Previdência, enviada ao Congresso Nacional na semana passada, ele disse que o governo será “obediente” ao que o parlamento deliberar, pois lá é o “palco para esta discussão”. Em um discurso que citou várias vezes a palavra coragem, o presidente disse que o governo tem enfrentado adversidades mas, no futuro, conseguirá o objetivo de promover o crescimento.
“A esta altura não nos descuidamos da economia […]. Quando eu digo que o país não ficará paralisado, contra o argumento eu apresento um fato, [e os fatos são] propostas apresentadas ao Congresso e os valores sendo disponibilizados para crescimento do país. Nós vamos prosseguir com os mesmos critérios em todos os dias do ano para que daqui a dois anos se possa dizer: O Brasil venceu”, concluiu.