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Enquanto pipocam vazamentos do conteúdo de delações de 77 executivos da Odebrecht sobre esquemas de corrupção que atingem a elite da classe política brasileira, os empregados da empresa convivem com outra dura realidade: o desemprego. De acordo com o jornal Estadão, na semana passada, diversos executivos foram informados que o número de funcionários da companhia já está abaixo dos 80 mil. Isso significa que mais de 100 mil foram demitidos ou pediram demissão nos últimos três anos, quando o quadro de funcionários chegou ao seu auge. Se levado em conta o período da Lava Jato, no fim de 2014, a companhia foi reduzida à metade em número de funcionários.
Ainda segundo a reportagem, somente neste ano foram cerca de 50 mil demissões, sendo que boa parte feita pela construtora Norberto Odebrecht. A explicação é que muitas obras acabaram e não há novos contratos para realocar pessoal. A culpa não é somente da Lava Jato, que fez o grupo mergulhar em uma crise financeira. Pesaram ainda a recessão econômica no Brasil, que reduziu os investimentos de forma generalizada, e a queda nos preços mundiais do petróleo, que atingiu a economia de vários países onde a Odebrecht atua, como Venezuela e países da África.
A publicação afirma que a construtora faturou em 2015 cerca de R$ 33 bilhões, não considerando o efeito do câmbio naquele ano. Com a variação cambial, esse número superou R$ 50 bilhões. A carteira de projetos da construtora continua sendo bastante significativa, girando em torno de US$ 30 bilhões, mas está em queda comparada a de anos anteriores, quando atingiu US$ 35 bilhões.
Bocão News

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