O processo movido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes contra Monica Iozzi ganhou novos desdobramentos nesta quarta-feira (05). A atriz ganhou o apoio das vítimas do médico Roger Abdelmassih por meio de um abaixo-assinado disponibilizado na plataforma de recolhimento de assinaturas Change.org.
Monica publicou em sua conta no Instagram uma foto de Gilmar Mendes com os dizeres “Cúmplice?”, em razão do habeas corpus concedido ao médico, condenado a 278 anos de prisão por 48 estupros a 37 mulheres. Na legenda, Iozzi escreveu: “Se um ministro do Supremo Tribunal Federal faz isso… nem sei o que esperar”.
Sob a alegação de “ter sido vítima de ofensas à sua honra”, Gilmar moveu um processo contra a atriz, condenada na última segunda-feira (03) por ter “extrapolado os limites de seu direito de expressão”, como afirma a sentença do juiz Giordano Resende Costa, da 4ª Vara Cível de Brasília.
Iozzi foi condenada a indenizar Gilmar Mendes em R$ 30 mil, mais custos do processo e honorários dos advogados – estipulados pelo juiz em 10% do valor da condenação (R$ 3 mil).
Hoje, Vana Lopes, representante do grupo Vítimas Unidas e autora do livro “Bem-vindo ao Inferno – A Vítima que Caçou o Médico Estuprador Roger Abdelmassih”, assinou o manifesto disponibilizado na internet, solicitando que Gilmar Mendes releve a condenação. Em seu texto, Vana destaca: “Gostaria de lembrar que o Poder Judiciário deixou escapar o Monstro Abdelmassih, oportunidade que o médico aproveitou para fugir, e esta situação nos trouxe traumas irreparáveis”.
Abdelmassih fugiu do país em janeiro de 2011, após sua condenação – ele não foi preso de imediato por conta do habeas-corpus do Superior Tribunal de Justiça –, tendo sido preso pela Polícia Federal em agosto de 2014. Atualmente, cumpre pena no presídio de Tremembé, interior de São Paulo.
Segundo consulta do RD1 às 18h25, o abaixo-assinado conta com 13.382 apoiadores, restando apenas 1.618 assinaturas para atingir a meta estipulada (15.000). Via assessoria de imprensa, Iozzi, prestes a voltar à TV na série “Vade-Retro”, “reafirma que não houve qualquer tipo de ofensa ao ministro, mas sim a expressão de uma opinião sobre um fato público a respeito do julgamento de um médico que chocou o país”.
RD1