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Hospital Geral Roberto Santos
Hospital Geral Roberto Santos

Doação de órgãos é o tema da Campanha Amigos do Roberto Santos de setembro. No mês em que todo país se mobiliza para discutir a importância deste ato, o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) preparou uma programação especial para, além de conscientizar as pessoas sobre a necessidade da doação de órgãos, incentivar uma postura proativa dos familiares.

No dia 27, a instituição vai sediar, em dois momentos, atividades para profissionais e estudantes da área de saúde, no auditório do edifício anexo ao hospital. Das 8h30 às 12h, o II Seminário de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes do HGRS tratará do processo de doação e transplante, do protocolo de morte encefálica e exibirá relatos de experiências de quem recebeu doação e de quem espera por doação.

A partir das 13h30, tem início o I Encontro de Médicos Residentes no Processo Doação e Transplante. A reunião, organizada pela Central Estadual de Transplantes da Bahia, segue até às 18h e abordará pautas como a situação atual do Programa de Transplantes na Bahia e das etapas do processo doação/transplante, manutenção do potencial doador, transplante hepático no estado e a indicação de novos receptores.

Para a médica Bárbara Kraychete, coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott – HGRS), o entendimento do processo de doação de órgãos é pré-requisito básico para transformar uma pessoa em potencial doadora: “se todos soubessem como é complexo o processo, como a equipe corre contra o tempo para salvar vidas, talvez tivessem um pouco mais de paciência. É complicado, pois é justamente no momento de mais dor e desgaste para a família. A palavra desapego pode não ser ideal, mas acho que é o que realiza. Quando você se desapega daquele corpo, consegue aguardar o tempo que for necessário para que ele sirva para outra pessoa”.

A profissional, que é intensivista pediátrica, acredita que, para se ter noção do que significa a doação de órgãos, é relevante olhar as pessoas que aguardam na fila. “Eu vejo aquela criança que deveria estar correndo, brincando, e que não tem condições de falar uma frase sem se cansar ou não pode estudar porque sempre está fazendo hemodiálise, muitas vezes fora de sua cidade. É muito difícil você ter uma vida tão limitada e depender de um órgão novo para viver melhor. Às vezes, nem é para viver por muito tempo, mas viver um pouco melhor. É indescritível a dor da espera, você nunca sabe nem quando nem se vai conseguir. Se você convive, tem afinidade e entende o sofrimento deste grupo, você compreende o outro lado”, analisa.

Faz parte do protocolo, conforme explica Bárbara, a avaliação de dois médicos diferentes, realização de exames de imagem e diagnóstico que determine que o coma é irreversível: “tem uma série de situações que precisam acontecer e não são simples assim. Obviamente que tentamos fazer tudo do modo mais perfeito possível, para evitar o sofrimento da família que perdeu o ente, mas não está ao alcance de nossa mão. Se o doador já falou em vida sobre sua vontade de ser doador, o processo é emocionalmente mais fácil. Eu queria que as pessoas pudessem conhecer melhor o protocolo para que não entendam errado e não sofram mais ainda. Está nas mãos das famílias toda a glória da doação de órgãos”.

Independente da escolha da família, o suporte da Cihdott ocorre desde a abertura do protocolo. Somente quando constatada a morte encefálica, a equipe realiza entrevista com os acompanhantes.

Para se tornar um doador de órgãos, não é necessário deixar nada por escrito. Basta conversar com a família e deixá-la ciente do desejo. Mais informações sobre doação e transplante de órgãos e tecidos estão disponíveis no site da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). Informações sobre a programação de setembro no HGRS podem ser obtidas por meio dos telefones (71) 3387-4572 e 3117-7785.

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