Em audiência com a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado da Bahia (Sindsaúde-Ba) realizada nesta terça-feira (24) com o objetivo de discutir a pauta específica da categoria, o secretário da Saúde do Estado deixou evidente, mais uma vez, a forma desrespeitosa como trata os servidores da Saúde,
O presidente do Sindsaúde-Ba, Silvio Roberto dos Anjos e Silva apresentou a pauta de reivindicação dos servidores, contendo as principais demandas da categoria, como a necessidade de reposição salarial, o retorno do pagamento da insalubridade, já com decisão liminar da justiça, adoção de medidas para garantir a segurança dos profissionais e pacientes nas unidades, realização de concurso para suprir o déficit de profissionais, revisão do Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos, efetivações da progressão e promoção, agilização das aposentadorias com pagamento do Abono permanência e URV.
Além de não apontar nenhuma solução para os problemas apresentados, o secretário justificou que não poderá atender as reivindicações devido à crise financeira do Estado. O gestor estadual iniciou uma série de ataques aos servidores da Saúde, afirmando que os trabalhadores representam um “peso” para o governo.
Fábio Vilas-Boas também demonstrou desprezo em relação a alguns hospitais e seus servidores. Ele discorda que existe déficit de pessoal, citando como exemplo o Hospital Ernesto Simões, onde, segundo ele, “30% dos servidores dessa unidade são encostados”, colocando em dúvida as licenças médicas numa clara alusão de que os servidores são preguiçosos.
O secretário afirmou ainda que o Hospital Otávio Mangabeira “não produz nada”, afirmando que a unidade tem um custo de 9 milhões para os cofres públicos porque possui muitos servidores com “altos salários”.
O gestor afirmou que a antiga gestão da pasta expandiu a rede de atendimento sem planejamento orçamentário, a exemplo da construção do HGE 2 e outras unidades que estão sem funcionar.
Em resposta às queixas sobre a falta de segurança nos hospitais, o secretário afirmou que a “solução” será a instalação um verdadeiro aparato de segurança, semelhante aos utilizados em penitenciárias, com a construção de muros altos (como já está sendo erguido no Hospital Geral Roberto Santos), com apenas uma entrada e uma saída, instalação de catracas e monitoramento por câmeras de segurança.
A diretoria do Sindsaúde reagiu de forma enérgica às ofensas e inverdades proferidas pelo secretário, ressaltando que os servidores da saúde trabalham com grande sobrecarga, enfrentando péssimas condições de trabalho, falta de valorização e redução salarial.
Para a diretoria da entidade, o secretário não entende a lógica do Sistema Único de Saúde (SUS) e enxerga o serviço público como espaço apenas para produtividade, e não como um serviço que promove a garantia do direito à saúde do cidadão. Ele demonstra também total desprezo e desrespeito com os servidores. O sindicato reafirma sua posição de exigir ao governador Rui Costa a exoneração do secretário Fábio Vilas-Boas.
