A superintendente de Assistência Social da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Mara Moraes, foi uma das homenageadas da Câmara Municipal de Salvador, em sessão solene promovida pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, na manhã desta terça-feira (8). O evento comemorou o Dia Internacional da Mulher, que reverenciou mais sete personalidades femininas pela atuação voltada para a promoção dos direitos e empoderamento do gênero.
Entre as homenageadas estavam, também, a coordenadora do Movimento Nacional da População em Situação de Rua, Maria Lúcia Pereira, a delegada plantonista da DEAM Isabel Alice, a criadora da Associação Herdeiros de Angola, Maria Nauzina, a servidora da Câmara, Rosália Bonfim e a professora e presidente da Associação Clube das Mães, Gilza Brito.
Para Mara Moraes, a homenagem foi de um simbolismo muito grande para alguém que nasceu na roça, de família pobre, numa sociedade extremamente preconceituosa quanto ao gênero e às origens sociais. “Foi importante apostar que era possível construir um outro mundo, dedicar-se a ele me juntando com pessoas que tinham o mesmo sonho, construindo oportunidades, abrindo portas, quebrando paradigmas, fazendo uma trajetória onde a gente aponta para o poder, não o poder pra mandar, mas para empoderar quem precisa, para transformar, devolvendo dignidade e liberdade necessários à felicidade de todos”, comemorou.
O tema da sessão solene “Trajetória da Mulher na Política” foi apresentado pela advogada Salete Silva, doutora em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismos pela UFBA.
Segundo Salete, este é um dia muito importante, um momento apropriado pra se fazer balanço, analisando as conquistas, sobretudo no que tange à participação das mulheres nos espaços de decisão. “Apesar de todos os avanços, progressos, a conquista de ter uma mulher presidenta, mulheres nas câmaras legislativas, assembleias, congresso e senado, temos ainda uma brecha de gênero gigantesca. Temos a necessidade de constranger pedagogicamente todos os partidos, sem exceção, que não raro dificultam o acesso das mulheres ou não as valorizam como deveriam, do ponto de vista financeiro e do reconhecimento”, salientou.
No evento foram discutidas inserção e ações para ampliar a participação feminina nos espaços da vida social e a proposta de projetos de lei para nomear ruas com nomes de mulheres falecidas com legado importante para a cidade. A vereadora e presidente da Comissão de Defesa da Mulher, Aladilce Souza, ressaltou a necessidade de inserir mais discussões sobre o espaço da mulher e a falta de oportunidade que limita a sua atuação na sociedade. “Hoje temos na Câmara apenas cinco mulheres dentre os 43 vereadores. Um número ínfimo. Isso se repete em todas as esferas de poder, a exemplo da Assembleia Legislativa da Bahia, que tem somente sete deputadas para um total de 63 parlamentares”, ilustrou.
