Parlamentares baianos se reuniram nesta quarta-feira (02) com a ministra da Agricultura, Katia Abreu, para impedir que uma reforma administrativa na Ceplac reduza o tamanho da instituição e, consequentemente, esvazie as relevantes atividades desenvolvidas pela comissão em defesa das regiões produtoras de cacau. Presente na reunião, o deputado Bebeto Galvão (PSB), representante do Sul da Bahia, principal região produtora da cacauicultura brasileira, informa que a comitiva entregou à ministra uma carta de manifesto que aponta os principais prejuízos para a lavoura caso essa tentativa de reestruturação seja levada adiante. Também participaram da reunião a senadora Lídice da Mata, além dos deputados Roberto Brito, Davidson Magalhães e Eduardo Sales.
Bebeto reforça que o grupo não aceitará que o governo mate por inanição o único órgão com expertise para tratar de políticas públicas sobre a cacauicultura, como a Ceplac, que tem um volume de pesquisas científicas reconhecido em todo mundo. Além disso, acrescenta Bebeto, a indignação se dá porque o ministério da Agricultura resolveu rebaixar o status da Ceplac sem propor qualquer diálogo com a bancada baiana no Congresso, e principalmente sem os representantes da cadeia produtiva, que serão os mais prejudicados. “Não somos resistentes à mudanças, mas também não aceitaremos uma reforma às escuras. Se é para reestruturar a Ceplac, que seja para fortalecer e não para desmontá-la. Reduzir o tamanho da instituição seria mais um grande golpe para a região Sul da Bahia. Já não bastasse toda a ausência do Estado brasileiro na região, a questão do refinanciamento da dívida da cauicultura, que o governo não resolve, e o aumento do imposto sobre o chocolate”, desabafa Bebeto.
“Ao invés do reducionismo, é preciso que a Ceplac tenha um modelo institucional adequado que lhe permita assumir desafios do Estado em benefício da sociedade através do desenvolvimento sustentável (…) Milhares de famílias se sustentam da produção de cacau e outros cultivos perenes (…) Repensar e modernizar a Ceplac é válido, desmontá-la não. É preciso que se abra o debate sobre sua reestruturação para ser discutido com os segmentos representativos das regiões onde ela atua e desta forma buscar uma solução que aponte o fortalecimento desta instituição”, diz um trecho da nota de manifesto.