A grande novidade do Carnaval de Salvador esse ano na verdade não é uma novidade. O Carnaval baiano sempre foi conhecido como a maior festa do mundo em participação popular, mas nos últimos anos vem perdendo sua principal característica com o número cada vez maior de agremiações com cordas e camarotes. “O governador Rui Costa entendeu que a cara do Carnaval de rua da capital é justamente a da alegria e da liberdade. Tem espaço para todo mundo, mas as ruas estavam sendo privatizadas. Oferecer um maior número de atrações sem cordas foi, sem dúvida, a grande sacada da folia em 2016”, afirmou o presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação.
Ele lembrou que o fato de contratar grandes estrelas como Ivete Sangalo e Bell Marques chegou até a ser contestado por uma minoria que achava que o Governo estava “pagando caro” pelas atrações. “A população de Salvador merecia ter de volta o seu Carnaval de participação. Os blocos e camarotes são importantes, mas a festa sem cordas é a uma característica da nossa folia. Tanto que foi destaque nos principais jornais do País”.
Anunciação aproveitou para criticar a forma como a prefeitura de Salvador privatizou o Carnaval, “vendendo a festa para determinada cervejaria”. “O patrocínio é importante, mas não pode exigir do comerciante e do consumidor que sejam obrigados a vender ou consumir apenas uma marca. Cadê a liberdade de comércio e de escolha. Além disso, o prefeito coloca a equipe da Sucom nas ruas para recolher cervejas de outras marcas, inclusive invadindo estabelecimentos comerciais”, ressaltou.