O dólar opera na sessão desta terça-feira em forte alta de 1,31%, cotado a R$ 5,186 influenciado por dados fortes sobre a economia americana e brasileira. O dado do índice de custo de emprego acima das estimativas acende o alerta para pressões salariais nos Estados Unidos e pode dificultar ainda mais o início de um ciclo de queda dos juros na economia americana.
O índice de custo de emprego nos Estados Unidos registrou um aumento de 1,2% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. O dado trimestral veio acima da alta de 1% esperada por analistas. Ao mesmo tempo, no Brasil, o Caged mostrou uma abertura de 244.315 vagas de trabalho no mês de março, número também acima das estimativas.
Mas para Elson Gusmão, analista de câmbio sênior da Ourominas, o principal fator que impulsiona a alta da moeda é a expectativa da manutenção dos juros pelo BC dos EUA, o Federal Reserve (Fed) amanhã. “Com os juros nos EUA mais altos por um maior período, o capital estrangeiro internacional leva uma grande parte de seus investimentos ao dólar, que é considerado uma proteção para o capital”.
Como os dados econômicos divulgados hoje foram fortes aqui e lá fora, aumenta a certeza de uma queda de menor magnitude no BC e uma manutenção da taxa pelo Fed, conclui. “Os dados mostram que apesar do mercado estar bem aquecido, principalmente nos EUA, a inflação ainda tem persistido – o que faz com que ele tenha uma maior cautela em suas decisões”.
Ainda que as apostas estejam todas em uma manutenção dos juros no patamar atual, os investidores especulam sobre o discurso de Jerome Powell, presidente da autoridade monetária. Recentemente, o mandatário afirmou que não sabe quando e nem ‘se’ BC dos EUA corta juros este ano. Ontem (29), o dólar encerrou o dia perto da estabilidade, com os investidores à espera da decisão do Fed.
Com informações do Valor Pro, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico