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Quem tem fibromialgia na capital baiana agora terá um documento para facilitar o atendimento preferencial em diversos serviços, além de dar respaldo ao cidadão e sua condição. A Carteira para Pessoas com Fibromialgia foi apresentada pela Prefeitura nesta segunda-feira (26), em evento realizado na Escola de Saúde Pública de Salvador (ESPS), no Comércio. A ação veio em consonância ao Fevereiro Roxo, campanha que busca conscientizar a população sobre a enfermidade.

O ato é um marco importante na história do município, pois dá visibilidade a uma doença invisível, caracterizada, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, como uma condição de dor muscular generalizada, crônica (dura mais que três meses), mas que não apresenta evidência de inflamação nos locais de dor. A solicitação da carteira deverá ser feita através de um portal na internet onde, além de dar entrada, também será possível acompanhar o andamento do processo. O serviço on-line busca dar comodidade ao cidadão.

A vice-prefeita e secretária municipal da Saúde, Ana Paula Matos, explicou que a carteira é um passo na construção de uma política pública concreta e efetiva que está sendo construída para atender o público. “É uma forma de dizer eu existo, tenho essa doença, me enxerguem. A gente fez um processo de capacitação dos servidores e hoje representa mais do que entregar a carteirinha. É ter um plano de atenção municipal às pessoas com fibromialgia. Esse trabalho é um processo que vem sendo construído com escuta e proximidade”, declarou.

A gestora também destacou que é preciso falar do grupo que vive em sofrimento diário e sofre com diversos estigmas sociais e falta de acolhimento na sociedade. “É importante que seja nesse momento, Fevereiro Roxo, onde a gente discute no Brasil e mundo as questões do Alzheimer, lúpus e, em especial, da fibromialgia, que por muitas vezes as pessoas não enxergam nem reconhecem”, concluiu.

Convivendo com a doença há duas décadas, Georgina Santana, 56 anos, parabenizou a Prefeitura pela iniciativa. “Infelizmente a população não conhece ou faz de conta que não vê. O nosso dia a dia é muito cansativo e quanto mais as pessoas tomarem consciência e houver divulgação do assunto, vai ser melhor para haver respeito por nós. Só assim a gente vai ter um pouco mais de tranquilidade, porque a gente levanta e dorme sentindo dor”, contou.

Emocionada, a representante da Associação de Pessoas com Fibromialgia, Familiares e Amigos do Município de Salvador (AFIBS), Silvia Ribeiro, falou sobre como este momento é importante para o público soteropolitano. “Só a gente sabe a representatividade desse momento. É mais do que receber o reconhecimento pela doença que é séria, incapacitante e que por muito tempo foi estruturada de uma forma invisibilizada, invalidada e negligenciada. Essa carteirinha não apenas concede o direito preferencial nas filas, ela simboliza o reconhecimento da doença pelo SUS”, afirmou.

Também estiveram presentes no evento a diretora de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência (UPCD), Daiane Pina, a promotora de Justiça Maria Pilar, que atua na área da pessoa com deficiência, representantes de entidades, pessoas com fibromialgia e outras autoridades municipais.

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