Filha de um policial militar, a major Ana Gleide dos Anjos Pêpe sonhava seguir a carreira do pai e se tornou aluna a oficial da corporação em 2001, com apenas 17 anos. Durante o curso, outra força de segurança lhe chamou atenção: O Corpo de Bombeiros Militar (CBM).
Durante a formação, disciplinas voltadas para o resgate e salvamento brilharam os olhos da profissional, que mais tarde, se tornaria especialista em Produtos Perigosos. “Eu fiquei apaixonada por ser bombeira logo que tive o primeiro contato com a corporação. No final da minha formação, o CBM abriu seleção e aqui estou há mais de 20 anos”, contou.
Em sua especialidade, a major identifica, classifica e manipula os químicos perigosos, sendo capacitada em atender ocorrências com explosivos e gases tóxicos inflamáveis.
“Utilizamos roupas especiais para cada ocorrência. As pessoas atendidas passam por uma descontaminação completa. Caso não consiga se locomover, são colocados na maca e passam pelos processos no equipamento mesmo. A progressão das etapas passam até o chuveiro com diversos pontos para que a vítima passe pela descontaminação completa”, esclareceu.
Hoje, como subcomandante do 10ª Grupamento de Bombeiros Militares (GBM), Pêpe também passou pelo Grupamento Marítimo, onde atuou em ocorrências complexas. “Lidávamos com casos de afogamentos, desaparecimentos, entre outros”, disse.
A profissional também lembrou de casos mais inusitados, quando uma vítima de acidente veicular a confundiu com um anjo durante o procedimento de remoção das ferragens .“Ele falava que eu era um anjo. Foi um resgate bem inusitado, pois não esperava algo do tipo”, relembrou.
Vida pessoal
O conhecimento adquirido ao longo de sua carreira também ajudou na vida familiar. Mãe de duas meninas gêmeas, Letícia e Beatriz, a subcomandante falou que já socorreu uma das suas filhas. “Bia tinha um ano, quando se engasgou. Apoiei ela na perna, realizei a manobra de Heimlichi e ela levantou como se nada tivesse acontecido”, lembrou sorrindo.
Além da filha, a bombeira também ajudou um vizinho. “Ele ficou desesperado ao ver o filho engasgado com leite materno. Usei a mesma técnica e consegui salvar a criança”, declarou.
A profissional finalizou convidando outras mulheres para conhecerem a carreira. “Esse espaço também é nosso. Se você é mulher e deseja ser militar, siga sua trajetória, acredite em você”, finalizou.
Fonte: Ascom | Jeferson Silva