Celebrado anualmente no segundo sábado de outubro, o Dia mundial de Cuidados Paliativos deste ano traz o tema “Curando Corações e Comunidades”, escolha motivada com base nos eventos ocorridos nos últimos dois anos, a partir dos quais o luto foi experimentado globalmente. Para lembrar a data, o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) realizou, nesta semana, o II Simpósio de Cuidados Paliativos, voltado para profissionais da unidade.
Com atividades que buscavam principalmente o compartilhamento de experiências, o evento teve como destaque a oferta de cuidados paliativos na pediatria. A médica pediatra Patrícia Cerqueira, da Comissão de Cuidados Paliativos do HGRS, ressaltou que a prática envolve não apenas o paciente, mas toda a família, principalmente na Pediatria.
“Discutir sobre cuidados paliativos na Pediatria é um desafio, porque nos faz pensar na mudança do ciclo da vida. Então, fazer os cuidados paliativos pediátricos é englobar e cuidar de todos os familiares e envolvidos. Não temos muito acesso a esse tipo de assunto na graduação, mas a interação com pacientes, principalmente em quadros neurológicos no HGRS, me trouxe um alerta perante esse tema. Percebi que, quando não é possível curar, ainda há a necessidade de cuidar”, relatou a pediatra.
Para a psicóloga pediátrica Alyne Melo, também membro da Comissão de Cuidados Paliativos do HGRS, a experiência de lidar pacientes em uma situação tão delicada é sempre desafiadora, especialmente no caso de crianças. Durante sua palestra, a profissional pontuou os cuidados que se deve ter ao comunicar a evolução de uma doença a uma criança em tratamento.
“É preciso considerar a idade da criança e respeitar o processo dela, saber o que essa criança quer. Geralmente, durante o atendimento, eu pergunto o que a criança sabe sobre o processo dela, porque ela pode escolher não querer saber logo de início, mas depois ela pode se interessar. Vamos aos pouquinhos conversando com ela, de forma lúdica, e contando a verdade, adaptando à linguagem dela”, explicou.
O Dia Mundial de Cuidados Paliativos tem o objetivo de conscientizar sobre o tratamento focado na prevenção e no alívio do sofrimento físico, psicológico, social e espiritual, assim como na melhora do bem-estar geral dos doentes em estado terminal, com doenças graves ou incuráveis, em fase avançada, em internamento ou no domicílio. Esse processo está em constante discussão no HGRS, para que seja possível a compreensão, por toda a equipe, da importância dessa prática.