O Estado é o quatro do país no ranking de votantes que fizeram a mudança de prenome e gênero
Quase três mil baianos e baianas vão votar nas eleições de outubro ostentando o nome social no título de eleitor. São exatas 2.694 pessoas que optaram pela mudança de prenome e gênero, o que coloca a Bahia na quarta posição do ranking nacional de eleitores trans, ficando atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, três estados com população superior a Boa Terra.
No país são 37.646 eleitores trans, o que representa um crescimento de 373% quando comparado com as eleições de 2018. Neste universo, são 20.127 pessoas que se identificam com o gênero feminino e 17.510 com o masculino. Os dados foram públicos no portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no início de agosto. Além disso, transgêneros e travestis também poderão concorrer a cargos eletivos utilizando o nome social nas urnas eletrônicas.
“Os números apresentados oficialmente jogam luz sobre o universo transgênero, uma vez que as informações divulgadas pelo IBGE, com base em dados coletados pela Pesquisa Nacional de Saúde, contemplam apenas as pessoas que espontaneamente se declararam gays, lésbicas ou bissexuais, sem mensurar o universo trans. A realidade veio à tona através do TSE”, ressalta Renildo Barbosa, coordenador do Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBTQIAPN+.
Gerido pela Instituição Beneficente Conceição Macêdo (IBCM), o CPDD disponibiliza atendimento jurídico e psicossocial para cidadãos e cidadãs que desejam a alteração do pronome e gênero nos documentos de identidade.
Faixa etária – A maior parte dos eleitores transgêneros concentram-se na faixa etária entre 21 e 24 anos, seguido por pessoas com idades entre 25 e 29 anos. Três pessoas com idades entre 85 e 89 anos solicitaram a Justiça Eleitoral a inclusão do nome social para as eleições 2022.
“A festa da democracia não se limita ao depósito do voto na urna. É um momento de afirmação e exercício da cidadania para todas as tribos e o nome social em um documento tão fundamental como o Título de Eleitor nos apresenta uma prática democrática inclusiva, plural e acolhedora, como de fato deve ser”, pontua o advogado transgênero Roberto Lima.