Um grupo de mulheres LGBTs participou, na quarta-feira (31), de uma ação de saúde que visa facilitar o acesso do público a cuidados de medicina feminina. A atividade ocorreu na Unidade Básica de Saúde (UBS) Ministro Alkimin, em Massaranduba, e foi desenvolvida pelo Distrito Sanitário Itapagipe, em parceria com a Secretaria de Reparação (Semur).
A ação ofereceu às pacientes consulta ginecológica com realização de exame preventivo, teste rápido para detecção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), atualização do calendário vacinal e dispensação de medicamentos. Houve ainda uma roda de conversa sobre “Quesito cor e raça”, que abordou a importância da população negra se reconhecer e as dificuldades enfrentadas pelo público em função de discriminação racial e social.
Andrea Caldas da Silva, 40 anos, além de realizar a consulta ginecológica, aproveitou a ação para resolver outras pendências de saúde relacionadas à vacina e exames. Ela parabenizou a Prefeitura pelo trabalho e destacou como este tipo de ação contribui positivamente para o público.
“Esse tipo de ação tem que acontecer mais vezes não só por trazer informação, mas por nos permitir acesso a médicos possibilitando que a gente tenha atendimento de qualidade, ainda mais efetivo e pelo SUS. É importantíssima esta ação, principalmente em relação ao público alvo, que é LGBTQIA+”, contou.
Facilidade no acesso – A enfermeira e referência técnica do Campo Temático Saúde LGBT do Distrito Sanitário de Itapagipe, Liliane Cardoso, explicou que a ação ocorreu como parte das atividades promovidas pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em alusão ao Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, celebrado no último dia 29. Com esta ação, a ideia é que o público tenha acesso a mais informações sobre saúde feminina e deixem de lado alguns tabus que prejudicam a saúde.
“As mulheres precisam de orientação com relação ao rastreio de câncer de colo do útero e mama e orientações para terem sexo seguro, tendo relação sexual com penetração ou não. A exposição às doenças sexualmente transmissíveis está presente em qualquer tipo de relação”, detalhou.
O técnico de referência do Campo Temático Saúde da População LGBT da SMS, Erik Abade, detalhou que esta ação integra a estratégia municipal de promoção da saúde do público. Isso porque, segundo Abade, mulheres lésbicas e bissexuais ainda enfrentam muitas barreiras de acesso aos serviços de saúde e podem receber um cuidado em saúde não adequado as suas demandas em razão do preconceito e discriminação existentes na sociedade, o que impacta diretamente na saúde desde grupo.
“Para mudar essa realidade, a Prefeitura vem investindo na qualificação dos profissionais de saúde, campanhas educativas para diálogo com a população e também na busca ativa das usuárias através de equipamentos sociais, como Centro de Referência Municipal LGBT+ Vida Bruno, para fortalecer o vínculo dessas mulheres com os serviços de saúde municipais”, pontuou.
Referência – A Unidade Básica de Saúde (UBS) Ministro Alkimin é uma “Unidade Amiga”, ou seja, é referência no atendimento ao público LGBT por se comprometer a colaborar no combate à discriminação a LGBTs com diversas medidas, além do acolhimento e respeito aos direitos. A ação realizada hoje também ocorreu no dia 24 de agosto na unidade.
Ao longo do mês outros espaços de saúde da cidade também receberam a ação: a UBS Vila Matos (Distrito Sanitário Barra Rio Vermelho), UBS Dr. Péricles Esteves Cardoso – Barbalho (Distrito Sanitário Centro Histórico), UBS Castelo Branco e UBS Edgar Pires da Veiga (Distrito Pau da Lima).
Durante o mês outras ações ocorrerem com foco no público LGBT, como uma roda de conversa sobre saúde sexual de mulheres cis, lésbicas e bissexuais, no início de agosto, e que contou com a participação de 172 pessoas entre profissionais de saúde e público externo, além da divulgação da campanha “Mitos e verdades sobre a saúde de mulheres lésbicas” no site oficial da SMS e redes sociais da pasta, dedicada a levar informação à população em geral e aos profissionais de saúde.