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Através do projeto AfroBiz Salvador, mais de 100 empreendedores negros soteropolitanos participaram da primeira rodada de negócios direcionados à cadeia do turismo afro, da capital baiana. Promovido pela Prefeitura, o evento foi realizado na quarta-feira (9), na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), no Stiep.

A ação é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) e da Secretaria Municipal da Reparação (Semur), com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), através do Prodetur Salvador. Na primeira rodada de negócios, os empreendedores negros selecionados tiveram a chance de apresentar e negociar seus produtos e serviços, diretamente com as empresas compradoras participantes.

Durante a exposição dos itens negociáveis, os empreendedores negros aproveitaram o espaço para conversas, trocas e palestras com afroempreendedores locais. Cada fornecedor utilizou um tempo médio de 30 minutos, para apresentar os produtos e serviços aos compradores.

O secretário da Secult, Fábio Mota, destacou a importância da iniciativa e falou sobre a necessidade de ter negros em locais de destaque no comércio de turismo da capital baiana. “Este é um novo nicho do turismo em Salvador. Os empreendedores negros estão capacitados e hoje atuam como expositores da cultura da Bahia, profissionalizados e com sentimento de valor agregado. O objetivo do projeto é gerar inclusão social e renda, oferecendo oportunidade a esses afroempreendedores de fazer um link entre a cultura e os produtos baianos e o comércio do mundo inteiro”, destacou.

Reparação– Através do Estatuto da Igualdade Racial, no eixo turismo étnico, o programa foi implementado a título de reparação histórica. Com objetivo de aproximar os negócios locais aos mercados brasileiro e internacional, o AfroBiz visa fomentar a valorização do trabalho de empreendedores negros de Salvador.

A titular da Semur, Ivete Sacramento, lembrou que Salvador é uma cidade que possui 82% da população negra. Para ela, é necessário refletir sobre os negócios, retornos financeiros e o desenvolvimento econômico das pessoas negras, como também suas intervenções culturais e técnicas.

“É um dia histórico para militantes negros da capital baiana. Há muito tempo discutimos que uma das formas de combater o racismo é dando oportunidade, em várias esferas da sociedade. Salvador é conhecida através da cultura negra, mas infelizmente as pessoas negras não tinham o devido retorno dos serviços e produtos fornecidos. Hoje teve início uma escalada importante, em que aqueles empreendedores que não tiveram a oportunidade de apresentar seus negócios ao Brasil e ao mundo, agora têm a chance de negociar, diretamente, com diferentes mundos e setores da sociedade, fora do eixo da cidade, valorizando a criatividade, técnica e arte”, celebrou.

Afro business– As rodadas de negócios pretendem trazer à tona o protagonismo negro na economia local. “O objetivo da Prefeitura Municipal de Salvador é fortalecer os afroempreendedores enquanto cadeia produtiva, ao mesmo tempo em que contribui para o desenvolvimento da economia, a geração de renda e a preservação e valorização da cultura afro local”, acrescentou a secretária.

A empresária paulista Elisabete Pereira é proprietária de uma rede de lojas de artes brasileiras. Na posição de compradora, ela destacou a expectativa para negociar com os empreendedores negros de Salvador.

“É um privilégio participar da primeira rodada de negócios afro business. Espero encontrar diversidade em produtos brasileiros, com qualidade e preços justos. Pela experiência que tenho, sei que vou achar muita coisa bacana. Salvador é um lugar de muita criatividade, na verdade é um grande celeiro de arte do Brasil. Não tenho dúvidas que faremos grandes negócios no dia de hoje”, previu.

Representante da empresa Arte é Trampo, o empreendedor Victor Badaró explicou que a produtora e agência tem foco em trabalhos artísticos. “Como artista, quero apresentar meu trabalho, sei que é um momento importante para o empreendedorismo negro da cidade. É um marco histórico, que dá espaço e valoriza. Com certeza, é uma abertura de portas, que promove o crescimento econômico para todo setor”, opinou.

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