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Cajazeiras, um dos maiores bairros da capital baiana, e Pituba, um dos mais povoados, são as mais novas localidades a receber a Zona 30. O trânsito na região da Rótula da Feirinha, em Cajazeiras, e no entorno da Praça Ana Lúcia Magalhães, na Pituba, passou por um reordenamento, que privilegia pedestres e ciclistas, além de favorecer a segurança viária. O trabalho é realizado pela Prefeitura de Salvador, por meio da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador).

Nessas duas regiões, devido ao intenso fluxo de pessoas a pé, a velocidade máxima permitida para veículos passou a ser de 30 km/h. Com essa readequação, a expectativa é reduzir as ocorrências de acidentes, como, por exemplo, atropelamentos e mortes.

Aliado a isso, houve a requalificação das sinalizações horizontal e vertical. As faixas de pedestres receberam uma pintura especial, na cor verde. Redutores de velocidade (quebra-molas) também foram totalmente repintados. Nas duas áreas, foi feito o reforço nas pinturas das vagas de estacionamentos Zona Azul, especiais e dos espaços reservados para idosos e pessoas com deficiência. As ciclovias e ciclofaixas também foram requalificadas.

“O Zona 30 não é apenas um conceito inovador de trânsito, que se resume à readequação da velocidade, o que já seria um grande ganho para a segurança viária. Há toda uma requalificação nas sinalizações, em alguns casos, nos desenhos viários, envolvendo também um trabalho de paisagismo, tudo com o intuito de favorecer a segurança viária e tornar o espaço mais acolhedor para o cidadão”, explica o superintendente de trânsito de Salvador, Marcus Passos.

Segurança viária – Com as duas novas áreas Zona 30, a cidade passa a contar com seis no total. No ano passado, esse conceito de tráfego foi implantado no Bonfim (imediações da Colina Sagrada e Rua Henrique Dias), em Patamares e Rua da Bélgica (Comércio). O modelo prioriza áreas residenciais, ou com grande densidade de pedestres. Ainda este ano, outras Zonas 30 deverão ser entregues à população.

Um estudo, divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), revelou que um atropelamento a uma velocidade de 60km/h equivale a aproximadamente uma queda do sexto andar de um prédio, com 98% de chance de o pedestre morrer. Essa chance de morte cai para 10%, quando atingido por um carro sendo conduzido a 30 km/h. Ou seja, quanto mais rápido um veículo estiver trafegando, maiores serão o impacto, o risco de ocorrência de acidente e a gravidade com que o acidente ocorre.

A readequação de velocidade das vias é uma realidade internacional. Cidades como Nova York, Bogotá, Londres, Paris e São Paulo estão reduzindo as velocidades máximas, entendendo que essa é uma das formas mais efetivas de evitar mortes no trânsito. A velocidade inadequada, demasiadamente alta para a via, ou excessiva, acima do limite permitido, são algumas das principais causas de acidentes com gravidade no mundo.

Impacto – Morador de Cajazeiras X desde que nasceu, o feirante Valdinei dos Santos, 34 anos, avaliou positivamente a implantação da Zona 30. “Aprovo, sim. Importante para evitar acidentes, principalmente envolvendo motociclistas, que costumam ser mais imprudentes. Acho que, com essa limitação, é provável que haja menos ocorrências de trânsito por aqui. Então, é bom para o pedestre, para o ciclista, para todo mundo”, comentou.

Gabriela Oliveira, 19 anos, panfleteira, concordou com a iniciativa. “É uma coisa boa (a Zona 30) porque ultimamente os motoristas não respeitam mais os idosos, crianças, ninguém. Eu mesma, quase já fui atropelada nesta rótula várias vezes. Vai melhorar muito, principalmente para quem anda a pé”, disse.

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