Por G1
Em entrevista ao “Conversa com Bial”, que foi ao ar no início da madrugada desta terça-feira (2), Augusto Aras, o procurador-geral da República, disse que não é amigo do presidente, que é um profissional firme e duro quando necessário e que vai cumprir a Constituição.
“Continuo fiel à Constituição e às leis do país. Vou cumprir a Constituição”, afirmou o PGR.
Nomeado por Jair Bolsonaro, Aras terá pela frente a decisão de dar ou não prosseguimento às investigações que apuram se o presidente tentou interferir politicamente na Polícia Federal (PF), conforme denúncia do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro.
Pedro Bial perguntou sobre a nota emitida pelo presidente em que disse esperar o arquivamento do inquérito, emitida no mesmo dia em que ele visitou inesperadamente a sede da PGR. Aras concordou que a declaração o coloca em uma situação desconfortável:
“Ocorre que é uma declaração unilateral. O presidente esqueceu de combinar comigo”, disse Aras.
Ele não respondeu ser dará prosseguimento à denúncia contra o presidente. No entanto, afirmou:
“Sou firme e duro quando necessário”.
Aras também foi perguntado sobre é amigo do presidente. “Na verdade, não sou amigo do presidente. Não temos relações de amizade. Temos relações de respeito”.
Bial também insistiu sobre a visita recente de Bolsonaro ao gabinete do PGR. “Todas as autoridades são recebidas de forma cordial, respeitosamente”, afirmou.
Ao falar do presidente, Aras disse que Bolsonaro é um homem espontâneo. Ele reforçou que a espontaneidade é um traço marcante da personalidade de Bolsonaro, frisando que a liberdade de expressão é o primeiro princípio constitucional.
“Imagine se eu ou qualquer outra autoridade pode controlar o que diz o senhor presidente?”
Aras diz não se iludir com uma possível vaga, no futuro, no Supremo Tribunal Federal (SFT).
“Cheguei ao ápice da minha carreira. Não faço projeto para além de dois anos”, resumiu.
Ele ficou incomodado quando Bial insistiu no assunto e respondeu. “É da natureza da política bombardear seus adversários. A fritura faz parte de um jogo cruel e temos que compreender essa fritura”.
Aras também não quis falar sobre o vídeo da reunião ministerial marcada por palavrões e ataques ao STF. “Não devo me manifestar e não vou adentrar ao conteúdo”.