Neste domingo 20 de novembro, dia da Consciência Negra, a líder do PT na Câmara Municipal de Salvador e presidente da Comissão de Reparação da Casa, Vânia Galvão, diz que a Orientação Normativa N. 3, publicada no último dia 1º de agosto, no Diário Oficial da União, que estabelece como critério de comprovação racial em concursos públicos a aparência física dos candidatos é uma tentativa de eliminar políticas de cotas.
Conforme observa a parlamentar, “o governo golpista quer eliminar as políticas de cotas, e começou tentando destituir negros de pele branca de suas origens étnicas, sem falar que segmentos de mídia já começaram a editar reportagens imputando a culpa da fraude no sistema de vagas especiais às comunidades quilombolas”. Como considera, “isso é um retrocesso ao período colonial; essa determinação, é uma afronta à cultura brasileira; somos miscigenados e a nossa etnia não pode ser limitada à cor da pela ou a aspectos físicos”, observa a parlamentar.
Vânia chama a atenção para a necessidade de combater o racismo velado. Conforme informa, pesquisas realizadas na década passada mostraram que mais da metade dos trabalhadores formais (54,6%) eram brancos, enquanto mais da metade dos trabalhadores informais (55,7%) eram negros. “Isso é perfeitamente visível. Nos postos de trabalho elevado, nos bons restaurantes, nos teatros, nas grifes dos shoppings centers e até no nosso Carnaval, cujo ritmo é negro, vivemos um apartheid”, reitera.
Ainda, a parlamentar atenta para pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada entre os anos de 2003 e 2013, indicando que a situação de desocupação entre brancos caiu em 55,1%, no período, e entre negros 44,2%. “Isso revela que precisamos manter políticas de cotas em universidades e concursos públicos, para promovermos uma equidade racial em todas as esferas do trabalho”, afirma.