Segundo análise do vereador José Trindade (PSL), o prefeito ACM Neto estaria utilizando da estratégia de retirar o deputado federal Paulo Azi (DEM) do julgamento do Presidente da Câmara, visando livrar Eduardo Cunha do processo de cassação sem se comprometer. “O deputado Azi foi o responsável por retirar do texto da Comissão de Ética a acusação sobre suspeita de que Cunha recebeu propina do esquema da Petrobras, e o prefeito de Salvador teria discutido a questão com o próprio Cunha, embora o Soberano tenha negado o encontro”, observa. E completa: “a história política registra a cultura de lambe botas da família Magalhães aos governos militares, e este seria mais um conchavo com o poder”.
Trindade pontua ainda que o prefeito estaria tentando trazer o correligionário para gerir uma secretaria municipal. “Outra estratégia arcaica que reflete mais uma contradição do gestor que defende uma nova política”, afirma Trindade. O vereador analisa que “na configuração atual do Conselho de Ética, o voto de Paulo Azi pode se configurar no voto decisivo para livrar Cunha; então, como ACM Neto quer se preservar, está criando artifícios para blindar Azi e retirar o DEM do processo, o que faz parte do acordo com o PMDB; e a retirada da acusação de recebimento de propina por Cunha é um indicativo forte desse acordo”.
O vereador afirma que “a posição de Azi representa o voto do neto de ACM, e ele está em uma enrascada: se votar a favor do processo trai os aliados, se votar contra trai a nação”, atesta. Trindade observa que “em véspera de eleição, o prefeito está tentando sair pela tangente; mas estamos atentos a seus passos, mesmo porque esses já são conhecidos pelos baianos e sabemos exatamente com quem ele aprendeu”. Ainda, Trindade dispara. “Parece que dessa vez o Soberano está sem saída, vai ter que optar entre aliados e o povo, vai ter que assumir o ônus; como ele sempre opta pelos interesses pessoais, esse ônus pode lhe custar muito caro”.
