Cabe às equipes da Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps) identificar, atender e amparar crianças e adolescentes em risco social no Carnaval. Somente entre a noite de ontem (02) e madrugada de hoje (03), essas equipes abordaram 1.271 crianças e adolescentes ao longo dos três principais circuitos da festa. Desse total, foram realizados 234 cadastros, dentre os quais registrou-se 197 crianças e/ou adolescentes em situação de vulnerabilidade, risco e violação de direitos e 37 menores em situação de trabalho infantil.
“Precisamos ter habilidade para realizar a abordagem junto às famílias para sensibilizá-las quanto à responsabilidade pela proteção social das crianças e adolescentes e também para que não sejam expostas à situação de trabalho infantil”, disse a supervisora setorial da Semps, Erica Bowes.
As equipes de abordagem são compostas por um assistente social ou psicólogo e por educadores sociais. “Algumas crianças em situação de risco social são levadas para os centros de convivência. Às vezes, alguns pais demonstram uma resistência inicial no momento da abordagem, mas depois agradecem, pois veem que podem trabalhar mais tranquilas enquanto os filhos estão abrigados”, completou Erica.
Conscientização – A vendedora Deise Ferreira, de 31 anos, estava no Circuito do Campo Grande com os filhos Maike Lian, de 10 anos, e Maria Eduarda, 12, e elogiou a ação das agentes da Semps. “É importante fazerem esse trabalho, pois muitas crianças às vezes ficam expostas a riscos”, disse a vendedora.
Os filhos dela não tiveram indicação de ida para o abrigo da Semps, mas para retorno à casa, pois estavam com uma tia para curtir um pouco a folia. As crianças receberam uma pulseira de identificação. Entre a noite de ontem e madrugada de hoje foram distribuídas 1.219 pulseiras de identificação para menores de idade pela Semps.
A assistente social Larissa França, que realizou essa abordagem ao lado das educadoras sociais Edenilda da Silva Ribeiro e Simone Silva, ressaltou que o trabalho deles nem sempre é entendido. “Pensam que estamos aqui para realizar um trabalho coercitivo, mas é uma atuação para auxiliá-los e orientá-los. Encaminhamos não somente as crianças para os centros de convivência, mas também os pais para serem atendidos por serviços do Cras ou do Creas”, apontou.
Conselhos – Além disto, 90 conselheiros se revezam em escalas de 12 horas, em três postos nos circuitos da festa: Escola Úrsula Catarino – Rua do Rosário, 9, Centro; Escola Wilson Lins – Rua Macapá, Ondina (próximo à entrada do Zoológico); e Escola Santa Terezinha do Menino Jesus – Rua Fernão de Magalhães, 2, Chame-Chame. O objetivo é realizar atendimentos e ofertar os encaminhamentos necessários.
As ações envolvem oferta de medidas de proteção e zelo por crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade, combatendo episódios de ameaças e violação de direitos contra crianças e adolescentes. Até então, foram atendidas 70 crianças e 64 adolescentes.
Denúncias – A pessoa que presenciar situações de violação de direitos poderá registrar sua denúncia, informando o local, para que uma equipe de abordagem possa tomar as devidas providências, através do Disque 100.