Por Mateus Rodrigues, G1 — Brasília
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, pediu no último sábado (18) que a Procuradoria-Geral da República opine sobre o pedido do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), que quer a interrupção de investigações contra ele no Rio de Janeiro.
O senador tenta uma decisão provisória para cessar a apuração do Ministério Público do Rio, que investiga a prática de “rachadinha” (repasse de parte dos salários dos servidores) quando Flávio era deputado estadual. A suspeita é de lavagem de dinheiro e peculato (apropriação de dinheiro público).
A defesa de Flávio pediu a suspensão dos inquéritos em 18 de dezembro, na última semana de trabalho do Judiciário em 2019. O relator, ministro Gilmar Mendes, chegou a pedir informações adicionais “com urgência” no dia seguinte, mas não emitiu decisão sobre o tema.
Desde o início do recesso, Toffoli assumiu o plantão do STF e, com isso, a função de decidir sobre temas que julgasse urgentes. A partir de segunda-feira (20) e até o fim do mês, a tarefa será do vice-presidente do Supremo, ministro Luiz Fux.
Com isso, caso a PGR envie posicionamento até 31 de janeiro, Fux poderá decidir se paralisa ou mantém as investigações em curso no Rio de Janeiro. Se não decidir, o caso volta às mãos de Gilmar Mendes a partir de 1º de fevereiro.
Entenda a investigação
Flávio Bolsonaro, um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, é investigado por suspeita de ter montado um esquema de “rachadinha” quando era deputado estadual do Rio.
A prática da chamada “rachadinha” se dá quando um parlamentar exige que servidores comissionados no gabinete entreguem a ele parte dos salários. A defesa de Flávio Bolsonaro nega que ele tenha montado esquema do gênero.
Relatório do Ministério Público Estadual do Rio afirma que o senador depositou R$ 638,4 mil em dinheiro vivo na conta de um corretor e assim ocultou ganho ilícito com as chamadas “rachadinhas”.
Em dezembro, no mesmo dia do pedido enviado ao STF, a Justiça do Rio cumpriu mandados de busca e apreensão contra 24 alvos. A lista incluiu Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, parentes de Queiroz e de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro.