Arte como forma de superação. Essa é uma das definições do Projeto Ballet Esperança, situado na rua Tupy, no bairro de Paripe, em Salvador. A principal proposta do projeto é ajudar jovens carentes à realizarem seus sonhos através da dança. Além disso, a ação social visa revelar novos talentos e mudar radicalmente a realidade complicada, vivenciada por muitos jovens nas comunidades carentes da capital baiana
Desde 2004, o projeto oferece aulas de ballet tradicional, dança do ventre, inglês, violão e street jazz. O projeto foi lançado pela professora de ballet Martha Vilas Boas, que instruiu suas alunas à tocarem a ação e motivarem outras jovens para a importância da arte e a visão de libertação à partir da dança.
Atualmente, o projeto é coordenado por Georgette Ferreira. Com orgulho, ela fala sobre os alunos que, a partir do curso, levaram seu sonho a diante e fazem parte da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, a primeira filial fora da Rússia, situada em Joinville, Santa Catarina. Entre os jovens prodígios estão os bailarinos Adelson Carlos, Brenda Freitas, Igor Gomes, Ramon Carlos Andrade, William Menezes, entre outros.
Cerca de 250 alunos participam do projeto em Salvador. Na luta para manter o instituto, que funciona na parte superior de um imóvel alugado e não tem ajuda de nenhuma instituição governamental, os alunos contribuem com um valor acessível, apenas para os gastos de manutenção da escola. Além disso, ao concluírem os cursos, os jovens têm a oportunidade de ajudarem outros ensinando aquilo que aprenderam no instituto.
Para Michele Oliveira, uma das primeiras alunas e atualmente professora da academia, o projeto é uma forma de resgate da autoestima na vida de muitos jovens, que não tinham acesso à arte e a perspectiva de transformar sua realidade em um futuro promissor.
— Tudo que eu aprendi, estou passando para outras pessoas, isso é a melhor coisa. Nós motivamos os alunos a se envolverem cada vez mais com a dança, aliado a isso, incentivamos também a se motivarem sempre na escola.
Os ex-alunos também contribuem para que o instituto continue levando a ação para a vida de muitos outros jovens sonhadores.
Além de aprenderem uma arte, os alunos encontram no ballet uma oportunidade de superar os problemas pessoais. Michelle falou sobre alunas que sofriam com depressão e utilizaram a dança como forma de superação para contornar as dificuldades da vida, utilizando isso em prol do crescimento pessoal.
— Tínhamos uma aluna com histórico de depressão, após a morte de dois familiares em apenas um mês. Quando ela precisou sair do ballet, porque o horário das aulas chocaram com um outro curso, ela nos deixou uma carta agradecendo por tudo que tinha aprendido ali.
Fonte: R7
Fotos: Reprodução/Facebook